ATA DA NONAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
06-10-2011.
Aos seis dias do mês de outubro do ano de dois mil e
onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos vereadores Aldacir José Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Dr. Raul Torelly, Elias Vidal, Fernanda Melchionna, João Carlos
Nedel, Lurdes da Lomba, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Paulinho Rubem Berta,
Pedro Ruas e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ
Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Haroldo de
Souza, Idenir Cecchim, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Maria Celeste, Mauro
Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Sebastião
Melo, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo
vereador Engenheiro Comassetto, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
013/11 (Processo nº 2698/11); e pelo vereador Ismael Heinen, o Projeto de Lei
do Legislativo nº 102/11 (Processo nº 2430/11) e o Projeto de Resolução nº
023/11 (Processo nº 2431/11). Também, foram apregoados os Ofícios nos
908 e 911/11, do senhor Prefeito, encaminhando, respectivamente, os Projetos de
Lei do Executivo nos 036 e 037/11 (Processos nos 3381 e
3388/11, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constou Ofício s/nº, do senhor Carlo
Simi, Secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho e
Emprego. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador João Antonio
Dib, solicitando Licença Para Tratamento de Saúde no dia de hoje. Em prosseguimento, foi
apregoado Comunicado de autoria do vereador Toni Proença, informando sua
desfiliação do Partido Popular Socialista – PPS –, a partir do dia de ontem, e
ingresso no Partido Pátria Livre – PPL –, a partir do dia de hoje. Ainda, foi
apregoado Termo de Indicação de Líder, assinado pelo vereador Toni Proença,
informando que Sua Excelência assumirá a Liderança da Bancada do PPL a partir
do dia de hoje. Após, o senhor Presidente convidou a senhora Mari
Perusso e o senhor Vinícius Anversa, respectivamente Presidenta Estadual e
Presidente Municipal do Partido Pátria Livre, a integrarem a Mesa dos trabalhos. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Toni Proença. Às quatorze horas e
trinta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quatorze horas e trinta e seis minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o vereador Paulinho Rubem Berta. A seguir, o senhor Presidente
concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à senhora Carmem Kieling Franco,
Presidenta do Conselho Regional de Nutricionistas da 2ª Região, que discorreu
sobre a Semana da Alimentação, a ocorrer do dia dezesseis ao dia vinte e dois
de outubro do corrente, divulgando a campanha “Fome, obesidade, desperdício:
não alimente este problema”, desenvolvida pelos Conselhos Federal e Regionais
de Nutricionistas. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores
Elói Guimarães, Pedro Ruas, Lurdes da Lomba, Carlos Todeschini, Toni Proença,
Dr. Raul Torelly e Maria Celeste manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra,
para considerações finais sobre o tema em debate, à senhora Carmem Kieling
Franco. Às quinze
horas e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quinze horas e cinco minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador
Professor Garcia. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje
destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a tratar do tema
políticas públicas e direitos humanos. Compuseram a Mesa o vereador DJ Cassiá,
1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, e a senhora Tâmara
Biolo Soares, representando o Departamento de Direitos Humanos e Cidadania
da Secretaria Estadual da Justiça e dos Direitos Humanos. Após, o senhor Presidente
concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso I, à senhora Tâmara
Biolo Soares, que se pronunciou sobre o tema em debate. Durante o
pronunciamento da senhora Tâmara Biolo Soares, foi realizada apresentação de
audiovisual referente ao tema abordado por Sua Senhoria. Em COMUNICAÇÕES, nos
termos do artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento, pronunciaram-se os
vereadores Toni Proença, Elói Guimarães, Dr. Raul Torelly, Maria Celeste, Adeli
Sell, Paulinho Rubem Berta e Lurdes da Lomba. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o vereador Adeli Sell. A seguir, o senhor Presidente concedeu a
palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, à senhora Tâmara
Biolo Soares. Às
dezesseis horas e trinta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às dezesseis horas e trinta e sete minutos. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Luciano Marcantônio, Lurdes da Lomba e
Adeli Sell, este pela oposição. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se a vereadora
Maria Celeste, em tempo cedido pela vereadora Sofia Cavedon. Durante a Sessão,
os vereadores Pedro Ruas, Toni Proença, Mauro Pinheiro, Fernanda Melchionna,
Adeli Sell, Maria Celeste e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca de assuntos
diversos. Às dezessete horas e um minuto, constatada a inexistência de quórum,
em verificação solicitada pelo vereador Mario Fraga, o senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos vereadores DJ Cassiá e Toni Proença e secretariados pelo
vereador Elói Guimarães, como Secretário “ad hoc”. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 2º Secretário
e pela senhora Presidenta.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Apregoo
Licença para Tratamento de Saúde do Ver. João Antonio Dib no dia de hoje.
O SR. TONI PROENÇA: Na última
terça-feira, dia 4 de outubro de 2011, o Pleno do Supremo Tribunal Eleitoral
acolheu o registro do Partido Pátria Livre, que vai trabalhar com o nº 54. Eu
me filiei ao Pátria Livre e, a partir de hoje, sou membro da Bancada desse
Partido, da qual eu peço registro, e já peço tempo de Liderança pelo Partido,
para o meu primeiro pronunciamento.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Feito o
registro, Ver. Toni Proença.
Apregoo sua
notificação (Lê.): “Eu, Vereador Toni Proença, venho por meio deste informar
minha desfiliação do Partido Popular Socialista (PPS) e meu ingresso no Partido
Pátria Livre (PPL) a partir desta data, conforme documentos em anexo. Assim,
solicito as alterações necessárias quanto à identificação visual no painel do
plenário e em meu gabinete parlamentar, bem como sejam informados os setores da
Casa para que passe a constar a nova legenda. Atenciosamente, Vereador Toni
Proença”.
Quero registrar a
presença da Srª Mari Perusso, Presidente Estadual do Partido Pátria Livre. Seja
bem-vinda a esta Casa.
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr. Presidente, sugiro à Mesa, em nome, certamente, de todo o Plenário,
que, durante o pronunciamento do novo Líder do PPL, o novo Partido que toma
assento nesta Casa, esteja com V. Exa, junto à Mesa, a sua
Presidente Estadual, Mari Perusso.
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Está acatada por esta Mesa a sua sugestão.
Convidamos a Srª Mari Perusso, Presidente Estadual do Partido Pátria Livre, e o
Sr. Vinícius Anversa, Presidente Municipal do PPL, a compor a Mesa conosco.
O Ver. Toni Proença está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. TONI
PROENÇA: Obrigado, Ver. DJ Cassiá. Eu realmente não tenho pressa. Nós levamos
dois anos e seis meses buscando assinaturas de apoio ao registro do Partido,
passamos por todos os critérios e necessidades impostas pelo Tribunal Superior
Eleitoral para que o novo Partido passasse a existir. Portanto, esses breves
minutos que aqui aguardo - confesso, com muita emoção - para me pronunciar,
pela primeira vez, pela Liderança do Partido Pátria Livre na Câmara Municipal
de Porto Alegre são minutos que me ajudam a refletir sobre a imensa
responsabilidade que tenho com a Cidade, com o Estado e com este Partido que
obteve o seu registro nacional na última terça-feira, dia 4 de outubro.
Trata-se de um Partido que vem com uma forte vocação nacional
desenvolvimentista, que tem a ambição de ajudar a concluir a independência do Brasil e a transformar esta Nação em uma nação
próspera e rica para os seus filhos, os brasileiros e as brasileiras. Esta é a
nossa missão. Acreditamos que o objetivo de uma nação é transformar as riquezas
deste País em qualidade de vida para o seu povo e para aqueles que aqui
aportarem.
Quero fazer uma
saudação muito especial ao meu Presidente Municipal, Vinícius Anversa, que
bravamente vem conduzindo os destinos deste Partido nos últimos dois anos e que
seguramente o fará por muito mais tempo. Obrigado, Vinícius, pela acolhida,
pela liderança, pelo sempre pronto apoio e pelo entusiasmo. Quero saudar, de
maneira muito especial, a Srª Mari Perusso, Presidente Estadual do Partido
Pátria Livre, um Partido que já nasce diferente, porque é o único Partido no
Rio Grande do Sul que tem uma mulher como Presidente.
Estamos sintonizados
com o nosso tempo. Todos conhecem a Mari, uma guerreira, uma mulher incansável
e que tem nos liderado levando o Pátria Livre, no dia de hoje, a estar
registrado já em mais de 50 Municípios no Rio Grande do Sul. Não é uma tarefa
fácil, mas ela desempenha essa tarefa, junto com a outra tarefa que o
Governador Tarso Genro confiou a ela, com muito denodo, muita dedicação e muita
competência.
Quero fazer outra
saudação ao Márcio Cabrera, Secretário de Organização do Partido na Região Sul,
que aqui representa a Direção Nacional do Pátria Livre. Vocês têm acompanhado a
presença dele aqui na Câmara Municipal, ele tem nos dado muito apoio. É
fundamental o seu apoio e o seu concurso para que a gente possa seguir adiante
com um mandato comprometido com as causas populares.
Permitam-me fazer um
agradecimento especial ao Ver. Paulinho Rubem Berta, que lidera até hoje a
Bancada do PPS e me liderou, até o dia de ontem, com muita sensatez, muita
cordialidade e muita firmeza. O Paulinho, já tive a oportunidade de dizer, é um
líder comunitário pronto para exercer a função que hoje exerce. Em nome do
Paulinho e do Presidente Paulo Odone, agradeço pela convivência e pelo tempo
que pude militar no PPS lutando por melhores condições de vida para nossa
população de Porto Alegre. Obrigado, Paulinho!
Peço o registro desta
Bancada com um único objetivo - já disse isso à imprensa, já saiu nos jornais:
a Bancada do PPL é uma Bancada independente que vem para se somar às boas
causas da Cidade e para votar sempre com a Cidade, sejam essas causas
encaminhadas a esta Casa pela Prefeitura Municipal ou por qualquer um dos
colegas de outras Bancadas. É uma Bancada que vem a se somar novamente a essa
oportunidade maravilhosa que Porto Alegre viverá e já está vivendo, de hoje
para os próximos anos, com a oferta de crédito e de financiamento que a Copa do
Mundo nos proporciona. Temos muitos anúncios, mas sabemos que todo
desenvolvimento e toda intervenção urbana, principalmente, causam muitos
transtornos, e estaremos atentos a eles. Temos recebido muitas reclamações, e
nossa tarefa é, na Câmara Municipal, além de apoiar as iniciativas que possam
melhorar a vida na Cidade, também intermediar os conflitos que essas melhorias
possam gerar.
Quero dizer, com
muita tranquilidade - e disse, ontem, ao Prefeito José Fortunati -, que
votaremos com ele sempre que sua proposta for boa para Cidade.
Quero, por último,
dizer a V. Exas que o PPL tem um objetivo, uma missão e, por que não
dizer, uma ambição: a de ser um instrumento político capaz de ajudar na
transformação da cidade de Porto Alegre, do Estado do Rio Grande do Sul - já
faz isso, integrando o Governo Tarso Genro - e do Brasil - também já faz isso
integrando o Governo da Presidenta Dilma Rousseff. Portanto, o PPL vem com o
objetivo claro de propor e discutir políticas e de se somar a todas as
iniciativas que gerem desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida na
Cidade, principalmente para a nossa população mais sofrida e mais carente.
Muito obrigado pelo
carinho de todos. Agradeço, por último, a todos os Vereadores e Vereadoras que
estiveram comigo nesses últimos dois anos e meio, tiveram tolerância,
ajudaram-me a perceber quais são os reais interesses desta Cidade. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os
trabalhos às 14h35min.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cássia – às 14h36min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. PEDRO RUAS: Regimentalmente, nós
não temos a possibilidade de nos manifestar quando da criação de um novo
Partido, mas quero fazer um registro em meu nome e no da Verª Fernanda
Melchionna - portanto, do PSOL -, de saudação à nova Bancada e ao novo Líder, o
Ver. Toni Proença. Certamente, confiamos que farão o melhor para honrar essa
luta toda para a criação desse Partido. Era isso, em nome do PSOL. (Palmas.)
O SR. TONI PROENÇA: Presidente, na
verdade, quero fazer um aparte oportunista. Na emoção e no nervosismo, acabei
me esquecendo de saudar a militância do PPL, que está toda presente - o Presidente
da Juventude; o Presidente do Piquete Pátria Livre, que está ali sentado; o
Paulo Lima e tantas outras lideranças comunitárias que vieram hoje me ajudar a
participar deste momento maravilhoso. Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Está feito o
registro.
O Ver. Mauro Pinheiro
está com a palavra.
O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. DJ Cassiá, com
a tolerância do Ver. Paulinho Rubem Berta, que já se encontra na tribuna para
fazer uma Comunicação de Líder, falo em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, saudando o Ver. Toni Proença, o PPL e a Presidente Estadual,
Mari Perusso, e quero dizer para o Toni que nós, do Partido dos Trabalhadores,
junto com o PSOL e o PSB, formamos a Bancada de oposição desta Casa e que
também votamos com o Prefeito, quando é bom para a Cidade. Queremos fazer um
convite formal ao Ver. Toni Proença e ao PPL de que possam se juntar à oposição
desta Casa. A palavra em tempo de Liderança pela oposição já está à sua
disposição, Vereador. Um abraço, e parabéns pelo PPL. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Quero
agradecer ao Ver. Paulinho Rubem Berta pela sua tolerância. Muito obrigado,
Vereador.
O Ver. Paulinho Rubem
Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr. Presidente,
Sras Vereadora e Srs. Vereadores, público que nos assiste, venho a esta
tribuna, primeiro, para fazer o reconhecimento do novo
Partido e também dizer que me sinto feliz, contente, embora os quadros do PPS
tenham sofrido essa baixa do Ver. Toni Proença, pois continuaremos juntos nessa
caminhada, trabalhando. Quero saudar a Srª Mari Perusso, Presidente do PPL; e o
Vinícius, Presidente Municipal. Quero dizer que não é o PPS que perde, ganha o
Brasil, que tem em seus quadros agora o PPL; ganha a população.
Quero desejar, de
todo o coração, ao meu amigo pessoal, à minha amiga pessoal Mari Perusso, ao
Vinícius e a todos os militantes do PPL muita alegria, muito progresso; que
esse Partido se torne cada vez mais forte, que nos ajude a defender melhor a
nossa Cidade e o nosso País. Estaremos juntos trabalhando nesta Casa e em
outros lugares, junto com o PPL, porque conheço a conduta de todos os
integrantes, uma conduta de quem quer construir, de quem quer fazer com que o
futuro seja melhor do que hoje. O PPS deseja ao PPL toda a sorte do mundo,
deseja que se torne uma Bancada forte e unida nesta Casa e em outras casas
legislativas deste País.
Parabéns ao PPL,
parabéns aos seus militantes, parabéns a todos e parabéns ao Brasil por
adquirir mais uma força em favor do povo! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Ver. Toni
Proença, que muito tem contribuído para a sociedade e para esta Casa através do
seu mandato, quero lhe dar boas-vindas, em nome da sociedade, em nome desta
Casa, e também à sua nova Bancada, ao seu novo Partido, o PPL. V. Exª tem o
nosso orgulho e o orgulho da sociedade.
Passamos à
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Ver. DJ Cassiá, eu queria saudar o Conselho Regional de Nutricionistas
da 2ª Região, que, através da sua Presidente, a Srª Carmem, está presente para
divulgar a campanha “Fome, Obesidade, Desperdício: Não Alimente Este Problema”.
Sei que vai ser o tema da Tribuna Popular, mas estamos em representação da
Casa, com uma agenda relacionada a direitos humanos no Ministério Público - estarei com um
grupo de estudantes que procurou esta Casa, representando-os perante o
Ministério Público sobre direitos humanos. Eu gostaria de deixar a minha
saudação, Ver. DJ Cassiá, e tenho certeza de que muitos outros Vereadores
também compram essa ideia, compram essa causa. Eu gostaria de saudar as
Nutricionistas e deixar o registro da importância da campanha do Conselho
Federal, do Conselho Regional e das Nutricionistas do nosso País.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Srª Carmem
Franco, Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas da 2ª Região, está
com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto
relativo à Semana da Alimentação.
A SRA. CARMEM KIELING FRANCO: Cumprimentando
o Presidente da Mesa, o Ver. DJ Cassiá, cumprimento todos os Vereadores desta
Casa. Senhores e senhoras aqui presentes, boa tarde. Em nome do Conselho
Regional de Nutricionistas da 2ª Região e de todas as entidades promotoras da
Semana da Alimentação 2011, agradeço este importante espaço concedido pela
Câmara Municipal de Porto Alegre.
Vivemos um cenário
social ímpar e de contradições em nosso Município, no Estado, no País e no
mundo. Ainda nos assola a fome e a insegurança alimentar, compreendida pela
falta de acesso contínuo à alimentação de qualidade e em quantidade suficiente,
sem que isso comprometa outras necessidades de vida. No mundo inteiro, existe
um bilhão de pessoas passando fome. Em contrapartida, o gigantesco desperdício
de alimentos choca e impressiona justamente porque poderia contribuir para
reduzir a fome. O desperdício ocorre constantemente em estabelecimentos
comerciais, unidades de alimentação e nutrição e até mesmo dentro dos nossos
lares. Diariamente, no Brasil, 70 mil toneladas de alimentos são desperdiçadas.
Embora parecendo
antagônica, a crescente epidemia mundial da obesidade, considerada pela
Organização Mundial da Saúde um dos dez principais problemas de saúde pública
do mundo, também expressa a distribuição inadequada dos alimentos. São 300
milhões de obesos no mundo, mais da metade da população adulta brasileira está
acima do peso, e uma em cada três crianças brasileiras está com excesso de
peso. A utilização de alimentos de baixo valor
nutricional em substituição àqueles nutricionalmente mais completos, somada à
diminuição do gasto energético imposta às nossas rotinas, está contribuindo com
essas estatísticas, aumentando a incidência de doenças crônicas não
transmissíveis como diabetes, hipertensão e dislipidemias, trazendo esses
problemas, antes tipicamente de adultos, inclusive às nossas crianças.
Frente a todo esse
panorama, o Sistema, Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas,
entendendo que seu profissional, o Nutricionista, desempenha papel primordial no
combate a cada uma dessas situações, lançou, em março deste ano, a campanha
“Fome, Obesidade, Desperdício: não alimente este problema”. As ações dessa
campanha, que se estendem até o final de outubro, vêm sendo realizadas em
praças, supermercados e outros locais públicos em todo o Estado e têm como
objetivo sensibilizar a população para que cada indivíduo, num ato de
cidadania, faça a sua parte para minimizar esse quadro.
Alenta-nos perceber
que nossa preocupação está em consonância com o movimento federal, pois, a
partir de 2010, incluiu, no art. 6º da nossa Constituição, a alimentação como
direito de todos e dever do Estado.
No início de minha
fala, agradeci a cedência do espaço pela Câmara Municipal de Vereadores de
Porto Alegre para abordar segurança alimentar e nutricional, mas esta acolhida
não é surpresa, visto que esta Casa tem vasta trajetória na discussão deste
tema. Em 2009, exerceu importante participação na aprovação da Lei que
instituiu, em Porto Alegre, o primeiro Sistema Municipal de Segurança Alimentar
e Nutricional Sustentável. Recentemente, constituiu a Frente Parlamentar de
Combate à Fome e à Miséria, visando a retirar 16 milhões de pessoas da extrema
pobreza até 2014.
Nossa luta ganha
forças com a proximidade do dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação,
instituído pela FAO (sigla em inglês da Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação).
Há mais de uma
década, um conjunto de entidades civis e governamentais, reconhecendo a
importância das temáticas “Alimentação e Nutrição”, promove a Semana da
Alimentação no Rio Grande do Sul. Esta iniciativa oportuniza reflexões, debates
e incentivos às ações concretas, visando a sensibilizar a sociedade. Promovem a Semana da
Alimentação deste ano o Conselho Regional de Nutricionistas, a Emater, o
Consea, a Ação da Cidadania, o FESANS e a Secretaria do Trabalho e
Desenvolvimento Social do Estado.
Em 2011, o tema proposto pela FAO é “Alta dos
preços dos alimentos: da crise à estabilidade”. O aumento global nos preços de
gêneros alimentícios básicos eleva o risco de uma nova crise alimentar. Crises
como estas são fenômenos mundiais e estão no topo da lista de preocupações dos
países desenvolvidos. A alta dos preços internacionais de alimentos atinge
especialmente as populações mais vulneráveis e desestabiliza o abastecimento
alimentar em quase todos os países. Atualmente, o mundo produz alimentos em
quantidade suficiente para todos, porém muitos não têm acesso a eles.
Para reverter a atual situação, faz-se necessário
enfrentar desafios para minimizar as causas deste problema. Nesse sentido,
convidamos a todos para a cerimônia de lançamento da Semana da Alimentação
2011. Ocorrerá no próximo dia 11 de outubro, às 9 horas, no Plenário João Neves
da Fontoura, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Esta
solenidade contará com a presença de autoridades como o Sr. Helder Mutéia,
representante da FAO no Brasil, e o professor e economista Antonio Carlos
Fraquelli, além de membros do Poder Legislativo e do Controle Social.
Abriremos a programação da Semana da Alimentação
com a Praça de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável, no dia 16 de
outubro, domingo, a partir das 10 horas, no Parque Farroupilha. Toda a
programação, que se estende até o dia 22 de outubro, poder ser acessada no site da Semana, que se encontra em nosso
portal, www.crn2.org.br.
Senhores, além do convite, fica aqui o nosso
compromisso para que possamos juntos construir uma sociedade mais justa e mais
saudável. Lembrem-se: uma alimentação de qualidade promove saúde, previne e
trata doenças! Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Convido a Srª Carmem a fazer parte da Mesa.
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Ver.
DJ Cassiá; queremos saudar a Srª Carmem Kieling Franco, Presidente do Conselho
Regional de Nutricionistas da 2ª Região. Queremos registrar, Srª Presidente, a
importância do assunto que Vossa Senhoria traz à Casa. Esta questão, ligada à
segurança alimentar, à questão nutricional, à questão da obesidade, que é um
fator extremamente complexo e que hoje toma rumos que já vêm do Primeiro Mundo,
dá-se em função das geladeiras bastante abastecidas, que, muitas vezes, não
observam a orientação de alguém especializado, como o Nutricionista. Então,
meus cumprimentos pela preocupação, que é uma questão de saúde, de Saúde
pública. Foi muito importante a sua fala. Cumprimento-a em nome do PTB, do
Presidente, do Ver. Alceu Brasinha e do Ver. Nilo Santos. Saudações a Vossa
Senhoria.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PEDRO RUAS: Quero cumprimentá-la
pelo pronunciamento, mas também pela atuação, pelas campanhas propostas. Falo
em meu nome e em nome da Verª Fernanda Melchionna, que se ausentou por um
compromisso no Ministério Público e que, por sinal, é filha de uma
Nutricionista, a Srª Sandra Regina Melchionna, minha amiga. Então, quero dizer
que conte com o PSOL. Nós valorizamos muito esse tipo de trabalho, sabemos de
sua seriedade e, particularmente, que ele deve ser um exemplo para outras
categorias que, mesmo sem ter o conhecimento técnico que sua categoria
profissional possui, com certeza podem comungar dos mesmos objetivos. Então,
parabéns, e conte conosco.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Vereadora
Lurdes da Lomba está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. LURDES DA LOMBA: Quero saudar o nosso
querido Presidente, o Ver. DJ Cassiá, e todas as Vereadoras e Vereadores desta Casa. Em
especial, quero saudar o Conselho Regional de Nutrição, em nome da Srª Carmem
Franco, que trouxe esse excelente tema, que é da maior importância para todos
nós, independentemente de ser da esfera municipal, estadual ou federal, porque
todos temos um compromisso com as questões de saúde e de alimentação, isso é
política pública. Quero dizer também da importância de cada um de nós atuar no
sentido de que possamos, dentro de nossos espaços, ajudar nessa questão que
hoje atinge não só o nosso País, mas o mundo, que é a obesidade. Também
sabemos, Srª Carmem, que há muito desperdício de alimento, e quero dizer que,
enquanto eu estiver aqui nesta Casa como Vereadora - e essa é uma das minhas
bandeiras de luta na comunidade -, vou apoiar as hortas comunitárias, por um
alimento mais saudável, sem agrotóxico. Então, parabéns! Quero dizer que, até o
final da minha vida, o alimento saudável será minha bandeira, como também o
controle da obesidade. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Drª Carmem Kieling Franco, Nutricionista
que representa o Conselho Regional de Nutricionistas da 2ª Região; demais
colegas presentes; Nutricionistas e pessoas envolvidas; Sr. Miguel Montanha, do Consea,
falo em nome da nossa Bancada, do nosso Líder, o Ver. Mauro Pinheiro, e dos
Vereadores Engenheiro Comassetto, Maria Celeste, Adeli Sell e Aldacir José
Oliboni. Este assunto diz respeito, sim, à importância levantada, que é o
direito das pessoas à alimentação. Nós vamos comemorar, no dia 16 de outubro, o
Dia Mundial da Alimentação. Com o Presidente Lula, sim, o Programa Fome Zero
promoveu uma tomada de consciência mundial em que o direito à alimentação é um
direito elementar de todos os seres humanos, e nós temos que lutar para levar
adiante essa luta. Não se trata de suprir apenas parcialmente as necessidades
com alimentos calóricos, que causam obesidade, desequilíbrio, mas de ter um
trabalho que oriente as pessoas para uma dieta sadia, saudável, equilibrada,
livre dos agrotóxicos, dos desequilíbrios ambientais, que também impactam fortemente
a saúde. Penso que essa é uma questão fundamental de Saúde pública e que tem
que ser tratada como tal, inclusive como política nacional de Saúde pública
pelo SUS. Falo isso também como agrônomo, como extensionista da Emater, em que
toda preocupação é garantir alimentação saudável e equilibrada para toda a
nossa população e também para a população mundial.
Saúdo efusivamente essa participação do Conselho
Regional de Nutricionistas, porque alerta sobre um tema que precisa, sim, ser
encarado como prioridade pelas autoridades, porque vai produzir uma melhor
Saúde pública. Parabéns!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. TONI
PROENÇA: Obrigado, Ver. DJ Cassiá, que preside a Sessão na tarde de hoje. Quero
saudar a Srª Carmem e agradecer a ela, bem como a todos do Conselho que a
acompanham, pela tolerância e paciência. A Tribuna Popular é sempre o primeiro
evento do dia, nos dias em que ela ocorre, e vocês, gentilmente, tiveram
tolerância para que eu pudesse me manifestar, já que era o meu primeiro dia na
nova Bancada. Quero saudar o trabalho, a participação de vocês, e lembrar a
importância, hoje, do tema nutrição na vida de todos os brasileiros, que passam,
agora, a se alimentar melhor. Portanto, tem que ter mais cuidado com a
nutrição. Se, há algum tempo - e, infelizmente, em alguns casos, ainda acontece
-, o problema era a falta de nutrição, hoje, a melhoria da qualidade de vida do
povo brasileiro exige um cuidado com o tipo de alimentação que esse povo vai
ingerir.
Quero fazer uma saudação especial ao Montanha, do
Núcleo do Fome Zero, com quem eu briguei muito quando cheguei à Prefeitura -
mas depois nos entendemos-, e ao Carlos, do Núcleo de Segurança Alimentar da
FASC, pelo trabalho que vem realizando em toda Cidade, por ser um exemplo e
referência em todo o Brasil. Parabéns pelo trabalho, e agora eu posso dizer:
contem com a Bancada do Pátria Livre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Dr. Raul Torelly está com palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR. RAUL TORELLY: Sr. Presidente, Ver.
DJ Cassiá, quero me somar a todas as manifestações aqui realizadas e
cumprimentar a Carmem Franco e a Elizabeth Casali, amiga de muito tempo, há
anos na luta das Nutricionistas, bem como cumprimentar todos que aqui estão, em
nome da Bancada do PMDB, dos Vereadores Bernardino, Haroldo de Souza, Sebastião
Melo, do nosso Líder, Idenir Cecchim, em meu nome e, especialmente, em nome do
Ver. Professor Garcia, parceiro de Conselhos e, com certeza, do Conselho de
Nutrição também; inclusive, ele representa a Casa no Fórum Nacional das
Profissões Regulamentadas, pelo Conselho Nacional de Educação Física. Quero
dizer a vocês que o papel da Nutrição é fundamental. Como médico há 30 anos nos
postos de saúde, convivo, no dia a dia, com o trabalho da Nutricionista, com as
dificuldades e com os resultados que ela consegue.
Eu quero desejar para
vocês tudo de bom, o sucesso que vocês já têm e muito mais, em especial agora,
na Semana Estadual da Alimentação. Acompanhamos muito o trabalho da Nutrição;
na semana passada, estivemos no Banco de Alimentos da FIERGS, onde vimos um
excelente trabalho que também tem, com certeza, a mão da Nutricionista, que faz
um reaproveitamento fundamental do alimento em prol das instituições carentes
do nosso Estado. Saúde, e muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Solicito ao
Ver. Toni Proença que assuma a presidência dos trabalhos.
(O Ver. Toni Proença assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A Verª Maria
Celeste está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Sr.
Presidente. Quero cumprimentar a Srª Carmem Franco, Presidente do Conselho
Regional de Nutricionistas da 2ª Região, e todos que lhe acompanham nesta
Tribuna Popular, nesta tarde.
A senhora relatou - e
lamentamos profundamente - que, no mundo todo, a fome bate recorte históricos.
Isso é bastante preocupante! E não é diferente aqui no Estado do Rio Grande do
Sul, onde nós temos uma população de 800 mil pessoas que passam fome. Isso,
para nós, é degradante, tendo em vista ser o Estado que, teoricamente, tem a
melhor qualidade de vida do País, o que é um dado muito complexo e muito
preocupante. Também temos uma preocupação séria com a Cidade de Porto Alegre,
porque, em 2009, foi divulgada uma pesquisa, aqui na Cidade, Drª Carmem,
realizada com 140 moradores de rua. Dentre eles, 78% estavam dentro dos padrões
normais de nutrição e, pasmem, 15% deles estavam obesos, e 4% estavam
desnutridos. Então, com certeza, o tema que vocês levantam e nos trazem a esta
Casa nesta semana é um tema com que temos que nos preocupar mais. Nós fazemos
parte da Frente Parlamentar de Combate à Miséria, aqui na Cidade, criada
recentemente, porque é um problema que envolve todos nós, tanto a questão da
obesidade, quanto na questão da falta de nutrição, efetivamente, para a nossa
população.
Parabéns pelo trabalho, e contem conosco. Com
certeza, estaremos juntos buscando alternativas, projetos mais objetivos para
combatermos a fome em Porto Alegre. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): A Srª Carmem Kieling Franco, Presidente do Conselho Regional de Nutricionistas da 2ª Região,
está com a palavra para as suas considerações finais.
A SRA. CARMEM
KIELING FRANCO: Agradeço a todos pelas manifestações e declaro que
tanto o Conselho Regional de Nutricionistas como todas as entidades promotoras
da Semana da Alimentação estão dispostas e comprometidas em fazer as parcerias
necessárias sempre que for importante para conseguirmos conquistar uma
sociedade mais justa e mais saudável. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Agradecemos a presença do Srª Carmem Kieling Franco, representante do
Conselho Regional de Nutricionistas da 2ª Região.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h3min.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença – às 15h5min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Professor Garcia está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, quero primeiramente parabenizá-lo,
já que a política é uma questão de escolha. Desejo que V. Exª tenha uma vida
plena no Partido que escolheu para militar daqui para frente. Sei da sua
competência, sei da sua trajetória e sei também que foi uma escolha livre,
articulada, constituída e construída, ao longo desses meses, para que o Partido
Pátria Livre pudesse transitar bem aqui em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e
no Brasil. Parabéns!
Venho, de público, falar de um
assunto que foi veiculado há dois dias no Jornal Nacional. Aqui se fazem tantas
críticas, que, quando uma matéria sai em nível nacional, nós temos que exaltar.
A matéria foi sobre a coleta automatizada do lixo em Porto Alegre, feita em 13
bairros pelo DMLU, cuja implantação gerou uma grande polêmica na Cidade, mas,
por meio do Diretor-Geral do DMLU, Mário Moncks, pessoa altamente
competente, foi implantado o que já estava sendo pensado e articulado pelo
nosso então Prefeito José Fogaça.
O Prefeito Fortunati, dando continuidade a todas as
ações dos programas de Governo, implantou essa coleta, que se transformou em um
sucesso. Houve alguns problemas, fatos isolados, de pessoas de má índole que
colocaram fogo em algumas dessas lixeiras, mas a população, que está sendo
beneficiada, de forma geral, está saudando essa iniciativa. Isso faz com que
não tenhamos mais sacos de lixo na calçada, embora as pessoas tenham que
caminhar, às vezes, 50 metros. Quando se entende que o processo é maior do que
isso, ninguém se importa de ir lá e colocar o saco dentro dessa lixeira. Assim,
nesses 13 bairros, não temos mais sacos de lixo na rua, e a briga com os catadores
ali não existe, porque os catadores também estão começando a entender que a
coleta seletiva chega aos seus locais de trabalho, onde eles podem fazer sua
coleta, seu trabalho seletivo, o que, ao mesmo tempo, gera emprego e renda.
Mais uma vez, em nome do nosso Partido, o PMDB, nós
viemos saudar o nosso Diretor Moncks por esse trabalho que realmente está
revolucionando a cidade de Porto Alegre, e ficamos contentes quando é veiculado
no Jornal Nacional, de forma positiva, com mais de três minutos, contando para
o Brasil aquilo que se faz em Porto Alegre. Parabéns ao DMLU e parabéns à nossa
gestão no Município de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. DJ Cassiá reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Passamos ao período
temático de
Hoje este período é
destinado a debater o tema Políticas Públicas e Direitos Humanos, trazido pela
Srª Tâmara Biolo Soares, que representa o Departamento de Direitos Humanos e
Cidadania da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos.
A Srª Tâmara Biolo
Soares está com a palavra no período temático de Comunicações.
A SRA. TÂMARA BIOLO SOARES: Boa tarde, Exmos
Srs. Vereadores e todos e todas aqui presentes. Eu gostaria de agradecer à Verª
Maria Celeste por este convite, em nome da Comissão de Direitos do Consumidor,
Direitos Humanos e Segurança Pública. Eu fiz esta apresentação no âmbito da
Comissão, e então a Comissão me convidou para estar presente no Plenário para
fazer uma explanação a respeito das políticas públicas que a Secretaria da
Justiça e dos Direitos Humanos está pensando para o Estado do Rio Grande do
Sul.
(Apresentação em datashow.)
A SRA. TÂMARA BIOLO SOARES: A nossa
Secretaria é uma Secretaria nova no Governo do Estado do Rio Grande do Sul. É a
primeira vez que o tema Direitos Humanos ganha o status de Secretaria dentro do Estado do Rio Grande do Sul.
Secretarias da Justiça sempre existiram, mas o tema Direitos Humanos,
Presidente, é a primeira vez que tem esse status.
Ele, até então, nunca tinha sido tratado com essa importância, com essa
relevância no âmbito do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Portanto, é uma
Secretaria nova, está ainda se estruturando, e, nessa estruturação, está
identificando diretrizes dessa política, diretrizes que vão delimitar, balizar
todas as nossas ações.
A Secretaria está pensando ações com base em três
elementos principais. O primeiro deles é o elemento do acolhimento e da
autonomia. Por que acolhimento e autonomia? Porque nós tratamos, na Secretaria,
com públicos vulneráveis cujos direitos humanos são recorrentemente violados, e
esses públicos, muitas vezes, não têm quem os acolha. A pessoa é vítima de uma
violação, é vítima de uma violação sexual, de uma violação por parte da
polícia, e assim por diante, e essas pessoas não têm onde recorrer, em que
lugar serem acolhidas.
O segundo âmbito é o âmbito do combate à
discriminação, porque também todos os grupos atendidos pela Secretaria da
Justiça e dos Direitos Humanos são públicos vulneráveis, e essa vulnerabilidade
geralmente é fruto de um processo de discriminação que acomete esses grupos;
isso gera vulnerabilidade.
Há um último aspecto, que é o aspecto do combate à discriminação e o combate à violência contra esses grupos, porque temos justamente um processo discriminatório que, muitas vezes, acaba resultando em violência física contra esses grupos, e não temos, no Estado do Rio Grande do Sul, um sistema de denúncias e de resposta a essas violações de direitos humanos, uma resposta imediata, uma resposta que conte com a rede do Interior do Estado, uma resposta que inclua Polícia Civil, Brigada Militar, todos esses atores.
Então, estes são os três pilares da nossa política.
(Aponta para o datashow.)
Este é o organograma da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos, e eu
o apresento porque ele diz muito sobre as temáticas que estamos tratando.
Quanto à atividade-fim da Secretaria, temos três Departamentos que dizem sobre
a atividade-fim da Secretaria. Um deles, que foi criado também neste Governo
por iniciativa da própria Secretaria, é o Departamento de Políticas Públicas
sobre Drogas. Por que um Departamento de Políticas Públicas sobre Drogas?
Porque, no Estado, até a criação desse departamento, tínhamos o tema das drogas
sendo tratado ou no âmbito da Segurança - portanto, no âmbito da repressão ao
usuário, ao traficante -, ou, por outro lado, no âmbito da Saúde, no âmbito do
tratamento desse dependente químico. Não havia, na configuração do Estado, um
departamento ou um ente do Executivo que trabalhasse em políticas de prevenção
a esse uso ou de reinserção dessa pessoa uma vez tendo ela passado pelo
tratamento de saúde.
O que a gente tem hoje? Pessoas que passam por um
tratamento de saúde - e temos medidas importantes do SUS, agora, que vai
tratando e aumentando o número de leitos para dependentes químicos -, mas, uma
vez passado esse tratamento, que é de saúde, não têm como se reinserir na
sociedade. Ele não tem trabalho, ele geralmente tem baixa escolaridade e,
portanto, ele continua excluído socialmente; aí, a possibilidade de ele voltar
para a drogadição é muito alta. Esse departamento pensa políticas tanto de
prevenção ao uso, de estar literalmente disputando com o tráfico de drogas, nas
comunidades conflagradas, crianças e adolescentes que, de outra forma, iriam
para esse tráfico e, ao mesmo tempo, pensando em políticas de reinserção social
dessas pessoas, uma vez tendo sido tratadas.
Temos também um Departamento de Direitos do
Consumidor, o Procon, que é do conhecimento dos senhores, e ele ganhou, agora, status de Departamento.
Depois, temos o Departamento de Acesso à Justiça,
que tem três pilares importantes. Um deles são os programas de proteção à
pessoa, proteção à criança e ao adolescente ameaçados de morte. Recentemente,
infelizmente, foi para mídia o tema do jovem Jackson, que cumpriu medida na
nossa FASE, e ele está no Programa de Proteção, está protegido em outro Estado
da Federação; inclusive fizemos conversas com a própria mídia, com a própria
Secretaria de Segurança, porque divulgar a existência e divulgar dados sobre
uma pessoa protegida coloca em risco a integridade mesma do programa. O
Protege, programa de proteção a testemunhas, também está dentro do nosso
programa de Justiça, e, dentro desse Departamento de Justiça, estão também as
medidas de atenção aos egressos da FASE. A FASE é uma das vinculadas à nossa
Secretaria; nós temos um programa que acompanha esses jovens e adolescentes que
saem depois de cumprirem medida socioeducativa, para reinseri-los à sociedade.
Por último, temos o Departamento de Direitos
Humanos e Cidadania, que é o departamento que eu coordeno, que tem diversas
coordenadorias e trata de amplos temas. Uma delas é a Coordenadoria de
Juventude. Teremos, nos dias 4, 5 e 6 de novembro, a Conferência Estadual de
Juventude, e já fica o convite para que V. Exas compareçam,
estejam conosco nessa conferência, que trará 1.500 jovens de todo o Estado para
uma grande conferência estadual de juventude. É prioridade do Governo o tema da
juventude, inclusive porque ele está muito ligado ao tema da drogadição. Esses
são dois temas que hoje são prioridade para nós. Mais adiante, eu apresentarei
a vocês um programa que nós chamamos de POD - Programa de Oportunidades e
Direitos -, que trata justamente desse público que é a juventude.
Temos uma Coordenadoria de Diversidade de
Orientação Sexual, o público LGBT, e aqui faço um novo convite para, semana que
vem, sexta-feira, sábado e domingo, dias 21, 22 e 23, a Conferência Estadual da
População LGBT, de gays, lésbicas,
travestis, transexuais e homossexuais, que também será uma grande conferência
no City Hotel. Trataremos desse público, que é muito discriminado e que, por
ser muito discriminado, tem os seus direitos frequentemente também violados.
Então, tratamos do tema da diversidade sexual.
Temos uma Coordenadoria de Atenção ao Idoso. Essa
conferência estadual já realizamos dias 11, 12 e 13 de julho deste ano, e
estamos chamando atenção para essa população, porque, como é de conhecimento
dos senhores, o Brasil está envelhecendo. Nós não temos mais uma pirâmide
etária como tínhamos antes, com as crianças sendo a grande base dessa pirâmide,
a qual ia diminuindo à medida que a idade ia aumentando. Hoje não é assim. Hoje
estamos mais ou menos num losango, estamos vivendo o que se tem chamado de “bônus
demográfico”, porque hoje a maior parcela da nossa população é de jovens.
Então, a gente tem que aproveitar essa juventude. Ela já está sendo o grande
impulsionador do desenvolvimento econômico e social do Brasil, mas temos que
antever que, dentro de muito poucos anos... O Brasil hoje já tem 20 milhões de
idosos, ou seja, tem, de idosos, mais do que toda a população do Estado do Rio
Grande do Sul. Cada vez mais estaremos envelhecendo, e o Poder Público tem que
se preparar para essa realidade. Nós temos um excelente Estatuto do Idoso que,
infelizmente - devemos reconhecer -, não está sendo implementado na sua
totalidade; então temos essa preocupação de implementar políticas públicas para
esse grupo da população.
É importante ter-se em conta que as crianças e
adolescentes, que são, por lei, prioridade absoluta – vocês vão ver aqui que
grande parte dos nossos programas são dirigidos a crianças e a adolescentes –,
elas estão em um processo evolutivo. A cada ano, a criança evolui, ela ganha
autonomia e independência e está nesse processo evolutivo, enquanto o idoso
está no processo involutivo: esse processo é inverso na pessoa idosa; então,
cada vez mais, ela vai precisar da atenção do Estado. Uma série de doenças e
enfermidades mentais acometem essa população mais idosa, e temos que ter
atenção para que o Estado se prepare para essa nova realidade de políticas
públicas para essa população.
Temos uma coordenadoria de igualdade étnica e
racial que agora, felizmente, vai se dividir em duas coordenadorias - vejam que
aqui estão tanto o tema indígena, como o racial, dois temas sobre os quais
efetivamente chegamos à conclusão, no interior do Governo, de que não podem
estar juntos. Então, nós vamos criar, agora, uma coordenadoria de igualdade
étnica específica para o tema dos povos indígenas. Estamos enfrentando uma
série de situações com esse tema, mas o Governo vai priorizá-lo a partir de
agora. Logo vamos anunciar uma série de medidas nesse sentido, e uma delas é a
criação de uma estrutura específica para tratar desse tema. Efetivamente, o Estado, como um todo, o Poder Público, como um todo, está devendo
muito para as comunidades indígenas, que estão sem serviços básicos de saúde,
educação; as condições às quais eles estão submetidos são realmente violatórias
dos direitos humanos. Nós estaremos trabalhando para dirimir e melhorar essas
condições.
Temos a Coordenadoria
de Igualdade Racial, e 2011 é o Ano Internacional do Afrodescendente, declarado pelas Nações Unidas. Temos
feito uma série de ações e atividades com essa comunidade. Muito especialmente,
aqui temos dois temas, duas diretrizes de atuação. Uma delas, que
frequentemente é muito esquecida, é o tema das comunidades negras rurais.
Nós temos, no Estado
do Rio Grande do Sul, 136 quilombos, 136 comunidades remanescentes de
quilombos, sendo que, dessas, 131 estão no interior do Estado, não estão em
zonas urbanas, e essa população também padece devido a condições degradantes de
vida e condições sociais que não são as adequadas e não estão de acordo com os
preceitos da dignidade humana. Estamos trabalhando muito com essas comunidades,
fazendo parceria com Corsan, com
diversas estatais da própria Administração Indireta para prestar esses
serviços.
O segundo pilar desse
tema é a questão do homicídio da juventude negra, porque, no nosso País - não
só no nosso Estado, mas no nosso Estado também -, segundo dados muitos recentes
do Mapa da Violência 2010, corroborado pelo Mapa da Violência 2011, que já está
publicado, a faixa etária que mais morre no nosso País vai dos 18 aos 24 anos,
e são homens negros. A possibilidade de um homem negro, uma criança negra
chegar à fase adulta da vida, de passar dos 25 anos, em alguns lugares do País,
é 43% menor do que a de um homem branco chegar aos 25 anos. Ou seja, em algumas
partes do Brasil onde esse problema é mais severo, mas também no Estado do Rio
Grande do Sul, há quase um extermínio da juventude negra. Então, queremos
atacar esse problema com o Programa de Oportunidades e Direitos – POD –, que
vou apresentar mais adiante.
Finalmente, temos a
Coordenadoria da Criança e do Adolescente, esta, sim, em que outros Governos já
tiveram ações muito importantes e que estamos inclusive continuando, por
entender da relevância de algumas dessas ações, como é o caso do Programa
Socioeducativo, que é um programa de atendimento a egressos da FASE. Os
adolescentes saem da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo, recebem uma bolsa
mensal e são vinculados a um programa de capacitação por um ano, ou seja, a
reincidência deles diminui muito, e isso ajuda muito a eles não retornarem.
Então, há um processo de inclusão social e sustentabilidade para que esses
jovens não tenham que voltar a delinquir e possam se integrar à sociedade de
uma maneira positiva e saudável.
O que eu vou apresentar para vocês estamos chamando
de Programa de Oportunidades e Direitos – POD –, por entender que não há
realização de direitos sem oferecer oportunidades de inclusão social para as
pessoas. A efetivação dos direitos humanos não é só a oportunidade
socioeconômica; isso é uma falácia. A gente dizer que só dando dinheiro para as
pessoas e dando inclusive emprego... Obviamente, ele é fundamental, mas isso
não é suficiente para o pleno exercício da cidadania, porque existe um conteúdo
discriminatório no acesso das pessoas a bens e serviços que vai além do
elemento socioeconômico. Ele se reflete, por exemplo, em alguns dados.
No Estado do Rio Grande do Sul, 16% da população
são pessoas com deficiência, e aí, quando a gente comenta esse dado, geralmente
as pessoas perguntam onde estão esses 16%. É muita gente! Como é que a gente
não vê essas pessoas na rua? Bom, a gente não vê essas pessoas na rua porque
elas literalmente não têm como sair de casa, porque elas não têm ônibus
acessíveis, ou porque os ônibus acessíveis passam só duas vezes ao dia, essa
pessoa então tem que se programar e, se ela perdeu aquele ônibus, pronto, ela
ficou em casa. Elas não saem às ruas, porque elas não têm uma calçada com
acessibilidade, porque o cinema não tem audiodescrição, porque não existe
tradução de libras em eventos públicos. Então, essas pessoas estão relegadas à
invisibilidade dos espaços domésticos, elas estão relegadas a ficarem nas suas
casas, e essa situação discriminatória acaba produzindo barbaridades como a que
a gente viu essa semana, quando uma mãe foi presa por estar torturando o seu
filho, uma pessoa com uma deficiência física. Ela dava banhos frios nele,
enfim, o menino ingerir as suas próprias fezes, etc., coisas tremendamente
abomináveis, obviamente, mas que a gente tem que enxergar dentro de um contexto
discriminatório de uma sociedade que é discriminatória. A gente não está dando
condições para essas pessoas saírem às ruas, e, portanto, 70% desses 16% dos
gaúchos com deficiência são pessoas que estão abaixo da linha da extrema pobreza.
Esse é o resultado desse processo de exclusão.
Então a gente vai trabalhar tanto com o conteúdo
econômico e social, ou seja, a gente vai trabalhar com bolsas, a gente vai
trabalhar com ações afirmativas socioeconômicas, mas também no combate à
discriminação.
Vou relatar algumas das ações que a gente já está
efetivando e que já estão em andamento, como, por exemplo, o curso
pré-vestibular popular. Nós já estamos anunciando, as aulas começam semana que
vem, as inscrições foram até esta semana, é um curso pré-vestibular voltado
exclusivamente para alunos de escola pública. A fundação que está executando
esse cursinho tem, no Estado de Santa Catarina, todo um know-how de curso pré-vestibular, social exclusivamente, e uma
aprovação de 64% dos alunos desse curso em universidades públicas. Essa é outra
realidade que nós temos no Estado e no Brasil.
Eu me formei na Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, em Direito, e, na minha formatura, um dos colegas chegou ao púlpito
para agradecer aos seus familiares e disse: “Agora eu gostaria de chamar o meu
colega negro”. Aí nós todos nos olhamos para a nossa turma de 70 recém-formados
em Direito pela UFRGS, e não havia sequer um estudante negro! Assim, as nossas
instituições públicas de ensino federais, universidades de excelência,
discriminam também, as pessoas não têm acesso. Então, pensando em uma ação
afirmativa para alunos exclusivamente de universidade pública que, sem esse
diferencial de um cursinho, não teriam acesso à universidade pública, estamos
desenhando esse pré-vestibular.
Casas de Justiça (Prossegue apresentação de datashow.), que é levar serviços de
Justiça até a população, levar resolução de conflitos à Defensoria Pública, e
assim por diante.
Biblioteca Acessível: estamos em vias de construir
a primeira biblioteca totalmente acessível do Sul do País, com absolutamente
tudo que uma pessoa com qualquer tipo de deficiência precisa para aproveitar
essa biblioteca.
Cidade Acessível: também há um plano para
prefeituras; vamos lançar um edital no sentido de que as prefeituras participem
com projetos de acessibilidade para receber recursos.
Campanha do Consumidor: campanha de conscientização
do consumo sustentável e responsável.
Campanha Contra a Discriminação: eu já referi a
importância do tema da discriminação para o nosso público; vamos, a partir do
ano que vem, lançar uma grande campanha nesse
sentido.
POD Socioeducativo:
ação a que eu me referia, de atenção aos egressos da FASE.
Centros de referência
em Direitos Humanos, que estamos fazendo conjuntamente com as universidades,
depois eu vou falar mais um pouquinho sobre ele.
Erradicação da
Pobreza Extrema: também outra medida que vamos fazer no interior do Estado com
crianças de escolas públicas, de comunidades quilombolas e de terras indígenas,
que são as mais vulneráveis a padecer de extrema pobreza e, portanto, de todas
as suas consequências em termos de segurança alimentar, como falavam as
professoras aqui antes.
Parceria com o BID:
vou tratar disso depois; a Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos está
pleiteando junto ao BID. Na semana que vem, vamos protocolar, em Brasília, uma
carta-consulta de 150 milhões de dólares; vai ser o maior financiamento para
projetos sociais de um banco internacional no Brasil.
O POD Tutelar é um
programa de capacitação de conselheiros tutelares.
O Fórum
Socioeducativo é um fórum para pensar a socioeducação, para pensar a nossa
FASE.
O Mutirão de Direitos
Humanos vai ao interior do Estado, é um mutirão muito especialmente de
documentação básica, porque 6% da população do Estado do Rio Grande do Sul não
tem os seus documentos básicos, e as crianças que nascem em muitas maternidades
do Estado saem sem o seu registro civil. Então, estamos fazendo uma campanha de
comunicar o cartório com a maternidade – isso já acontece aqui no Hospital
Femina, do Grupo Hospitalar Conceição –, e a gente vai levar esse projeto para
110 maternidades do Interior.
O Sistema Sobre
Drogas eu já mencionei que é o tema da reinserção e da prevenção.
As Conferências - já
fiz o convite para vocês - são três conferências este ano: Idosos, Juventude e
LGBTT. Também já fiz referência ao sistema de proteção Protege e ao PPCAAM - Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de
Morte.
Quanto à Jornada
Estadual Contra a Violência e a Exploração Sexual, este ano, o Secretário da
Justiça e dos Direitos Humanos, Fabiano Pereira, enquanto Deputado Estadual,
fez essa jornada durante oito anos. Este ano, 2011, foi a nona edição. A
Jornada já passou por sete grandes cidades do Interior e ainda está por
acontecer em duas cidades, entendendo que a criança que é vítima de violência
sexual vai se tornar uma perpetuadora dessa violência no futuro. Então,
queremos coibir a autorização social que ainda existe em muitas comunidades do
nosso Estado em que é permitido esse abuso por parte de pais e mães que
inclusive são coniventes com ele – isso, culturalmente, ainda perdura no nosso Estado. Então, essa jornada é para coibir esse tipo de prática.
O Projeto Pilão é o
projeto que eu referia, com comunidades negras do interior do Estado,
comunidades negras rurais. O Projeto ViraVida, a ser lançado amanhã, é uma das
nossas ações dentro do Rio Grande Mais Igual, que é um programa de erradicação
da pobreza extrema do Governo do Estado. O Projeto ViraVida vai tirar crianças
do abuso e da exploração sexual e incluí-las em programas com o “sistema S” -
Sesi, Senai, Sebrae -, e assim por diante. Vamos tirar essas crianças da
exploração sexual. O ViraVida é um programa de musicalização de crianças em
vulnerabilidade social que, juntamente com o Proesci - Programa Estadual de Segurança com Cidadania -, com as ações do Governo do Estado no Proesci, vamos estar lançando na
Vila Bom Jesus e no Rubem Berta em data próxima também. E o Porta de Saída é
esse Projeto que eu comentava, de dependentes químicos pós-tratamento de
reinserção social.
Então,
especificamente – e prometo que serei breve –, sobre o POD, é este o programa
pelo qual vamos inserir uma série de ações para a juventude vítima da violência
e do tráfico nessas mesmas comunidades.
Rapidamente, um
diagnóstico: nós temos, no Estado do Rio Grande do Sul, hoje - este dado é de
2010 -, 2.922 infrações cometidas por crianças e adolescentes. Então nós temos
um quadro de adolescentes que são infratores.
Até maio de 2011 -
dados da Polícia Civil -, 861 internos da FASE; em 2010, 862. Pelos dados de
hoje da FASE, não são mais 985, mas 922 adolescentes privados de liberdade.
Então nós temos adolescentes que são infratores e que perpetram a violência,
mas, mais do que isso, temos adolescentes que são vítimas da violência.
Em 2010, tivemos 160
homicídios contra crianças e adolescentes, homicídios aqui por violência, com
meios como arma de fogo. Isso é mais do que algumas guerras que temos no mundo;
160 adolescentes é um número altíssimo para um País que tem uma situação como a
que temos hoje, de desenvolvimento econômico e social no Brasil. Até fevereiro
deste ano, tivemos 17 casos.
Nós temos - agora,
exclusivamente sobre a violência sexual -, uma denúncia de violência sexual contra crianças
e adolescentes a cada três horas no Estado do Rio Grande do Sul. Então, todos
os dias, são 8 denúncias. Isso significa só o número de denúncias; a Polícia
Civil estima que isso seja 20% do que efetivamente acontece. Então, aqui, a
cada três horas, há uma denúncia, mas o número da violência sexual é muito
maior do que isso, pelo menos cinco vezes maior, e, até maio de 2011, foram
quase 2 mil.
Temos quase 65 mil crianças de 5 a 14 anos vítimas
de trabalho infantil. Então, são números muito preocupantes os da situação de
crianças que são vítimas de violações graves de direitos humanos.
Qual é o objetivo, então, deste Projeto? É ser um
projeto permanente, integral e transversal dentro do Governo, inclusive com
outras Secretarias de Estado, para o enfrentamento da violência e a superação
da vulnerabilidade social da nossa infância e da nossa juventude no Estado do
Rio Grande do Sul. Nós vamos fazer uma organização com grupos em comunidades
dos Municípios do Estado com maior índice de violência e vulnerabilidade
social. Qual é a ideia disso? É desenvolver o protagonismo nessa juventude. Nós
não queremos chegar nessas comunidades e instalar um equipamento social sem
discutir com a comunidade e sem fazer com que os jovens dessa comunidade que
hoje são vistos como problemas sejam protagonistas; nós queremos reativar o
sentimento de pertencimento desse jovem à comunidade, para que, por um lado, a
comunidade o veja como um protagonista e para que ele, assim que possa, não
abandone essa comunidade, para que ele permaneça nessa comunidade, porque então
ela vai poder seguir adiante, melhorar a sua condição, desenvolver-se, e o
jovem conjuntamente.
Nós vamos ter uma Coordenação Estadual, que vai
fazer um planejamento; uma Coordenação Municipal, que vai identificar lideranças
e organizações da juventude; também uma identificação dessas comunidades-alvo
com crianças em vulnerabilidade social e vítimas da violência. Dentro desse
público-alvo, vamos identificar lideranças que sejam mobilizadoras desse
projeto; formar essas lideranças; organizar grupos que os próprios jovens vão
coordenar e liderar.
Esse é o movimento
social que nós queremos montar. Além disso, então, nesse diálogo com a
sociedade, com as comunidades, vamos instalar equipamentos sociais com uma
série de serviços, desde serviços de registro civil, passando por monitorias
com as escolas da comunidade. A gente quer também revitalizar a importância da
escola na comunidade e fortalecer o vínculo do jovem e da própria comunidade
com essa escola pública da comunidade, passando por projetos de capacitação e
inclusão desses jovens ao mundo do trabalho, com todos os tipos de educação,
desde a educação sexual, até a educação para o trabalho, para o consumo;
oficinas de arte e de todo tipo de desenvolvimento através da leitura e da
musicalidade, em parceria com a Secretaria da Cultura.
Então, vocês
vejam que há aqui braços de todo o Governo do Estado, desde a Secretaria de
Segurança Pública, que, através do Proesci, vai chegar a essas comunidades,
passando por Saúde, Educação, Cultura, Justiça e Direitos Humanos, Trabalho e
Desenvolvimento Social. Ela é uma ação integrada, coordenada por nós, mas é
transversal e integrada. Por quê? Porque os nossos problemas, o problema da
violação de direitos humanos é multidimensional, multicausal; então, a solução
tem que ser integral e transversal. Uma solução única, de um único ator, não
resolve o problema.
Aqui está a Carteira
de Projetos. (Aponta para o datashow.) Essa comunidade, conjuntamente
conosco, uma vez instalado um equipamento social que vai dar conta de muitos
deles, vai ainda discutir as melhorias que ainda sejam necessárias, e a gente
vai estar pleiteando essa Carteira de Projetos junto ao BID. A meta desse
programa é envolver cem mil jovens gaúchos no Movimento GerAção e, nas
comunidades onde estaremos atuando, reduzir em 50% o índice de violência entre
o público-alvo, que são os jovens de 12 a 25 anos.
Concluo por aqui, Sr.
Presidente. Peço desculpas se me estendi, mas entendemos fundamental este
momento de diálogo com a nossa querida Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
Quero dizer a vocês que estamos trabalhando nesses projetos. Queremos a
parceria, estamos já procurando o próprio Poder Executivo aqui de Porto Alegre
e estamos procurando uma parceria com todo o Poder Público, porque, de novo, entendemos que essa tem que ser uma ação integrada e
integral, pois essa é a dinâmica que a gente tem hoje na sociedade. Soluções
únicas, de um único ator, não resolvem o problema. Então, agradeço pela
oportunidade e fico à disposição, caso haja algum esclarecimento a ser feito.
Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Convido a Srª
Tâmara para fazer parte da Mesa. (Pausa.) Este período temático de Comunicações
tem como tema específico Políticas Públicas e Direitos Humanos. A nossa oradora
de hoje à tarde é a Srª Tâmara Biolo Soares, Diretora do Departamento de
Direitos Humanos e Cidadania da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos.
Esses minutos que se
passaram foram de fundamental importância para o debate desta tarde.
O Ver. Toni Proença
está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. TONI PROENÇA: Obrigado, Ver. DJ
Cassiá, que preside a Sessão de hoje. Quero cumprimentar a Tâmara e dizer que
me entusiasma ouvi-la falar, com a sua juventude, com a profundidade e conteúdo
que sempre nos traz nas suas manifestações, e, mais do isso, das novidades que
nos traz desse novo programa. É, sem dúvida, um alento para a geração de
direitos no nosso Estado, principalmente na Capital, onde militamos todos nós,
Vereadores desta Casa.
Um dos temas que mais
me chamou a atenção na sua apresentação foi justamente a transversalidade. Eu
tenho a convicção de que não existe nenhum programa governamental que não trate
a transversalidade como prioridade e matéria fundamental, Ver. DJ Cassiá, e
possa enfrentar principalmente as questões de direitos humanos, matéria sobre a
qual eu tenho aprendido muito com a liderança e a presidência da Verª Maria
Celeste, na Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança
Urbana desta Câmara. Agradeço à Vereadora por me deixar vir à tribuna antes
dela, justamente porque eu queria ter, depois, tranquilidade para aprender
quando ela for se manifestar - e assim tem sido em todas as reuniões da nossa
Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, na qual
tivemos a presença, um dia desses, da Tâmara, que nos brindou com a sua
participação.
A democracia tem, em
matéria de sustentabilidade, três pilares muito fortes, que são a geração de
direitos, a mediação de conflitos e a difusão do conhecimento e da informação.
E eu não tenho dúvidas de que isso tudo está contido nesse programa que agora o
Governo do Estado oferece à população do Rio Grande do Sul, principalmente à
população que mais precisa de políticas públicas, para que possam defender seus
direitos e promover a sua autonomia.
Portanto, é com muita
alegria que vejo nascer esse programa, a implementação dessa política, e, com
muito expectativa e torcendo, me coloco à disposição no que eu puder ajudar
para que isso dê certo e venha a ser um instrumento de enfrentamento da
ausência dos direitos humanos e da promoção da autonomia dessas pessoas,
principalmente das pessoas que foram citadas na sua manifestação - os jovens,
os negros, as crianças, os deficientes. Tocou-me muito aquela sua manifestação
sobre os deficientes. Eu me lembro de que, há uns 20 anos, eu tive vitiligo - o
Dr. Raul está aqui, ele conhece bem esta história - e lembro que procurei o
médico muito assustado, já tinha algumas manchas no rosto, e ele me disse: “Não
te preocupa, pois isso é fácil de curar”. Aí eu disse que isso não tinha cura,
que eu via pessoas na rua todas manchadas, mas ele me respondeu: “Claro que
não, as que se curaram não andam com uma placa dizendo que elas tiveram
vitiligo e se curaram. Tu só encontras aquelas que não tiveram acesso ao
tratamento adequado e não puderam se curar”. Daquele dia em diante, sempre que
vejo uma pessoa com vitiligo na rua, eu procuro essa pessoa e proponho a ela
que procure um especialista. Digo que essa doença tem cura, que o tratamento é
custoso, é difícil, mas de muito resultado.
Então, essas pessoas com deficiência, que a gente
não vê, que são invisíveis, elas são como as pessoas que temos encontrado em
situação de pobreza extrema e miséria em Porto Alegre nessa caminhada que temos
feito - e a Verª Maria Celeste é parceira e nos lidera na Comissão de Direitos
Humanos e também no comitê que propomos que seja construído para enfrentar a
pobreza e a miséria. A pobreza e a miséria imobilizam as pessoas, e elas então
nem acessam as políticas públicas que podem melhorar as suas condições de vida.
Parabéns pelo trabalho e conte conosco nessa luta!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra no
período temático de Comunicações.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Ver. DJ Cassiá, que preside os trabalhos; Srª Tâmara Soares,
Coordenadora dos Direitos Humanos da Secretaria da Justiça e dos Direitos
Humanos, assistimos à palestra de V. Sª, tratando de um tema que eu
conceituaria como amazônico, tal o conteúdo da matéria. Os direitos humanos,
secularmente, vêm sendo inscritos nos documentos internacionais e nas
Constituições, nos atos, com força cogente, dada a sua profunda significação. É direito constitucional, inegociável, irrenunciável, que envolve o
ser humano nas suas mais diferentes dimensões, e ele é de grande complexidade.
Nós vivemos períodos
excepcionais na Pátria comum, momentos de regimes ditatoriais, enfim, em que os
instrumentos dos direitos humanos tiveram atuações muito grandes. De períodos
em períodos, posteriormente, ingressamos na democracia, que é o regime da
liberdade e das garantias individuais, onde estão inseridos, no seu núcleo, os
direitos humanos. Então, é um tema extremamente relevante. Não há maior direito
e prerrogativa do ser humano do que os direitos humanos: o direito à vida, o
direito à liberdade, o direito à intimidade, enfim, é todo um elenco que está,
vamos dizer assim, cravado no Tratado de Versalhes e tantos outros tratados que
o mundo, em conferências internacionais, concebeu à posteridade.
Também, talvez por
falta de uma melhor definição, num determinado momento - e nós precisamos
resgatar -, as pessoas do povo, as pessoas da sociedade nos questionam: “Mas e
o direito das vítimas?” Ou seja, e o direito daqueles que foram imolados? E
chegaram até, de forma inadequada, a dizer na opinião pública, etc. e tal, que
os direitos humanos são para proteger - e aqui vou usar uma expressão que é
forte, mas chegou a ser voz corrente na opinião - o “direito dos bandidos”.
Vejam só que coisa tão complexa.
Fica aqui o nosso
respeito, a nossa manifestação por tão importante missão que V. Sª e a
Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Segurança Urbana têm. É uma matéria
extremamente importante que, evidentemente, na execução das suas políticas
públicas, deve ter exatamente o calibre adequado a situações que as pessoas, as
relações produzem.
Portanto, fica a
nossa homenagem e a nossa saudação por trazer uma matéria tão importante, tão
transcendental e tão grande como essa, que são os direitos humanos de todos
nós. São as garantias mínimas que devem ser asseguradas ao ser humano. Meus
parabéns.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Dr. Raul Torelly
está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. DR. RAUL TORELLY: Sr. Presidente,
colegas Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste; de uma forma muito
especial, cumprimento a Srª Tâmara Biolo Soares, que veio trazer aqui para esta
Casa o que tem sido feito, o que vai ser feito e os projetos que existem na
área dos direitos humanos da Secretaria de Justiça e dos Direitos Humanos.
Gostaria de dizer que o meu mandato aqui na Casa
sempre se baseou na defesa da vida, da saúde, da inclusão social, do
desenvolvimento e do respeito ao meio ambiente. Esse tem que ser o foco de quem
vem para a área pública procurar colaborar para uma sociedade melhor, trazendo
qualidade de vida para todos.
Como é que eu vejo a
questão dos direitos humanos? Em alguns casos, eu me somo, por exemplo, ao que
o Ver. João Dib sempre diz: “Os direitos humanos são fundamentais, mas e os
deveres humanos? Onde estão os deveres humanos?” Na realidade, temos que ser
protagonistas para que essas pessoas que muitas vezes não têm acesso até possam
vir a ser cobradas pelos seus deveres, mas, antes disso, tenham garantidos os
seus direitos, que são fundamentais. Dentro da questão dos direitos individuais
e coletivos, o que eu acho muito importante, e que não vi contemplado pela sua
exposição... eu sou um grande defensor de um direito humano básico e fundamental
que é o direito ao planejamento familiar, que as pessoas possam definir quando
e quantos filhos querem ter. Essa é uma decisão do cidadão, da cidadã, do
casal, e o Poder Público, por ser laico, deve disponibilizar seu acesso para
que as pessoas façam suas opções nesse sentido.
A gente, que tem uma experiência já de muito tempo
nessa área, inclusive trabalhando na questão do combate à miséria e à extrema
pobreza, identifica, nesses bolsões de miséria e extrema pobreza, que essas
pessoas querem ter acesso ao planejamento familiar. Muitas vezes, elas têm
muito mais filhos do que gostariam de ter, mas não têm o acesso, apesar de
terem a informação. Ou seja, o Poder Público se preocupa em dar uma bolsa para
aquele adolescente que está saindo da FASE, para sua recuperação - o que é
importante -, mas não se preocupa em chegar a esses bolsões, informá-los e
dar-lhes acesso às famílias. São muitas e muitas mães - e tenho trabalhos de
colegas, por exemplo, na Maternidade Mario Totta, na Santa Casa, enfim - que
dizem que 50% das gravidezes são indesejadas, ou seja, o médico chegou ali,
conversou com a mãe, perguntou, e ela não teve acesso aos métodos
contraceptivos. Então, eu acredito que é extremamente importante que se faça a
Busca Ativa, ou seja, tem que haver início, meio e fim nesse processo; tem que
ir lá, identificar as pessoas, fazer com que elas tenham disponibilizado o
acesso ao médico, ao serviço de planejamento familiar, e ali definam o que
querem fazer com suas famílias. Elas querem isso, mas, infelizmente, não estão
tendo o acesso, faço questão de frisar isso.
É importante a sua vinda aqui, porque já deu para
ver que existe um dinamismo, uma vontade de fazer
grandes projetos em relação aos excluídos - que merecem toda a nossa atenção,
mas não podemos nos esquecer também das nossas crianças hoje em situação de
miséria. Nós temos 300 mil pessoas em situação de miséria no Estado do Rio
Grande do Sul, e sabemos que 50% são crianças. Então, nós temos que ter
projetos voltados para que essas crianças não se percam ao longo da vida. Um
abraço, e saúde para todos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Verª Maria
Celeste está com a palavra no período temático de Comunicações.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver.
DJ Cassiá, recebemos com muita alegria a nossa Coordenadora dos Direitos
Humanos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, a Tâmara, amiga,
companheira; um abraço muito forte ao nosso Secretário Fabiano Pereira, a toda
a Coordenação e à Secretaria, uma Secretaria nova no Estado no Rio Grande do
Sul que vem resgatar algo importantíssimo de uma discussão de políticas
públicas de muitos anos na América Latina, especialmente quando se faz um contraponto
àquela antiga política de apenas bem-estar. É uma política nova que vem trazer
uma concepção ousada na busca de direitos, uma política pública que busca
ofertar uma rede de serviços, organizar e articular todo um sistema. Por isso,
Tâmara, quando tu estiveste na nossa Comissão de Direitos Humanos apresentando
o programa, foste acolhida amplamente pelos Vereadores que a compõem - Toni
Proença, Sebastião Melo, Nelcir Tessaro e Luciano Marcantônio -, e foi
sugerido, Presidente DJ Cassiá, que a Tâmara viesse a plenário apresentar não
apenas para os Vereadores que compõem o nosso plenário, mas para a cidade de
Porto Alegre essa ousada concepção de política pública no Estado do Rio Grande
do Sul, sob o olhar e o viés dos direitos humanos. Porque não é só uma questão
de ofertar serviços à população, como bem disse a Tâmara, é mais do que isso: é
buscar respeitar os direitos por meio de uma articulação ousada, respeitando a
realidade local de cada comunidade, respeitando o segmento local de cada região e
também de cada população. Quando você fala nos idosos, nas mulheres, nos
negros, nos quilombolas, nas crianças e nos adolescentes vítimas de violência -
que são em número muito maior do que aqueles que cometem ato infracional e que
também são de responsabilidade da Secretaria -, nós estamos falando de
segmentos da população que são uma minoria num universo e cujos direitos
precisamos garantir e defender.
Portanto, os programas implementados, os projetos
que estão sendo colocados para discussão na política pública da Secretaria só
vêm a acrescentar e reforçar a busca pelos direitos humanos tão bradada no
nosso País a partir da nova Constituição de 1988. Isso nós trazemos, com muita
alegria, pela primeira vez, para dentro de uma Secretaria da Justiça e dos
Direitos Humanos no Estado do Rio Grande do Sul. Por isso, nós fizemos questão
de trazer aqui toda a coordenadoria, para que apresentasse para todos nós e
para a população de Porto Alegre, Ver. Toni Proença, o Programa que está sendo
implantado, ousado, e buscado.
O Programa ViraVida, que será lançado amanhã, vai
combater a exploração sexual de crianças e adolescentes no Estado do Rio Grande
do Sul, e temos a honra de ser Porto Alegre a primeira cidade para sua
implementação, evento para o qual a Câmara convida a todos. Ver. Toni, esse
programa será lançado lá no bairro Rubem Berta, o nosso bairro, para que
possamos acompanhar pari passu, até
porque ali, no Rubem Berta, no Porto Seco, nós temos uma das regiões mais
preocupantes na questão da exploração sexual de meninas e de adolescentes na
Cidade de Porto Alegre. Soluções isoladas, pontuais, certamente não vão ter um
resultado positivo, querida Verª Lurdes, da Lomba do Pinheiro, que também tem
uma comunidade que sofre com essas mazelas, contra as quais trabalhamos aqui no
dia a dia.
Portanto, eu quero parabenizar a ousadia da
Secretaria e da Coordenadoria, que buscam construir um projeto de políticas
públicas sob o viés dos direitos humanos aqui no Estado do Rio Grande do Sul,
especialmente respeitando os diferentes, respeitando as diferenças, e
organizando, buscando essa parcela da população que sequer é encontrada ou
sequer está referendada nas estatísticas brasileiras que são os idosos, os
jovens, as crianças e os adolescentes, as mulheres, os negros, a população de
LGBTs, todos excluídos por um sistema perverso em uma sociedade atual. Parabéns
pelo trabalho, e queremos certamente acompanhar de perto e ser parceiros nesse
trabalho. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Adeli Sell está com a palavra no período
temático de Comunicações.
O SR. ADELI
SELL: Meu caro Presidente, Ver. DJ Cassiá; nossa caríssima visitante, eu ainda
hoje ouvi, e tenho ouvido nesta Casa, quando se fala de direitos humanos, as
pessoas, meio que no “piloto automático”, começarem a falar dos deveres. Eu
quero lembrar, sobre a questão dos direitos, que a palavra existe, e falamos em
direitos humanos, em acesso à cidadania exatamente pela falta de direitos.
Então, não dá para ficarmos contrapondo uma coisa à outra; não é a maneira
correta de agir. Evidentemente, quando houver uma ilegalidade, nós cobraremos a
ilegalidade; quando houver uma ruptura com a legislação ou com a ordem, nós
vamos cobrar, é um dever das pessoas estar de acordo com a legislação, estar de
acordo com a sociedade. Agora, o que falta efetivamente são os direitos, o
direito a um transporte coletivo de massas decente, no horário, e não atrasado,
como está acontecendo na Lomba do Pinheiro. É claro que algumas ações que
fizemos melhoraram a situação na parada 3, na Rua São Francisco, lá na Rua Lourenço
Mariante, etc. e tal, mas vamos pegar a situação do pessoal que mora no Rincão,
que precisa ir até o Belém Velho fazer um transbordo. Nós precisamos de
transporte de passageiros decente em todos os lugares. A Marta, minha Chefe de
Gabinete, que está aí, que mora bem perto daqui, no bairro Floresta, demora um
tempão para chegar à Câmara de Vereadores. Imaginem quem tem que chegar ao
Lami, como é o caso da minha empregada, que sai de madrugada para poder
trabalhar no Centro de Porto Alegre. Não dá para continuar nessa situação, são
direitos das pessoas.
A mesma coisa acontece no atendimento da Saúde, com
pessoas que têm algumas dificuldades em algumas áreas específicas da Saúde. Por exemplo, para os que têm problema de esclerose múltipla, há falta de
medicamentes; sistematicamente acontece isso. Ainda este ano, estive com o
pessoal portador de fibrose cística, na Secretaria, porque faltam medicamentos
específicos, é a Saúde a cargo do Estado, é ele que tem que dar. Eu poderia
citar o pessoal com esquizofrenia, fissuras labiais e outros problemas bem
específicos de saúde. Nós temos que ter esse cuidado, essa preocupação assim,
eu diria, com todos os direitos.
Por exemplo, a
questão da criança. O grande problema de Porto Alegre – fiz uma matéria
recentemente sobre a educação infantil – é a falta de creches comunitárias,
berçários, escolas infantis. Nós não podemos sonhar em ter escolas como a que
Esther Grossi criou – não só sonhou – na Administração do Olívio. Nós não temos
a capacidade, hoje, de ter aquele tipo de escola, mas também não pode acontecer
o que aconteceu depois, inclusive no nosso Governo, no meu Partido: a gente,
meio que “no automático”, aderiu a creches comunitárias que não tinham a mínima
condição; só depois se caminhou, em uma determinada evolução, para fazermos
cobranças efetivas, e hoje se constroem pelo menos algumas creches mais
razoáveis - não que sejam razoáveis, mas são mais razoáveis. Então a questão da
educação infantil é outro direito que temos que continuar sistematicamente a
defender.
Sobre o transporte
coletivo de passageiros, não esperar em filas sistematicamente, ou seja, nós
discutirmos direitos é fundamental nesta Casa. Infelizmente, não temos visto
alguns órgãos públicos agirem como deveriam. Falo, por exemplo, da Segurança
pública: regra geral, temos conseguido alguns avanços no último período, mas
ainda falta muito.
Portanto, os direitos
devem existir, independentemente dos deveres que devemos ter em relação à Constituição
ou ao Estado Democrático de Direito. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver.
Paulinho Rubem Berta está com a palavra no período temático de Comunicações.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, quero cumprimentar a
Srª Tâmara Biolo Soares, da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos do
Estado do Rio Grande do Sul.
A Verª Maria Celeste esteve aqui e colocou algumas
das chagas que temos, principalmente na Região Norte, eixo da Baltazar. Uma
delas é a questão da prostituição infantil, principalmente no Porto Seco, que
hoje abriga diversas empresas de transportes, e está em andamento um projeto
para a construção do Sest/Senat naquela região que nada mais é do que
uma escola técnica. Mas não é só ali que temos essas dificuldades: junto à Rua
Manoel Elias, quase no Jardim Leopoldina, temos a mesma situação. Também temos
muita dificuldade na nossa região, principalmente na questão de emprego,
ocupação, renda, trabalho, e isso gera diversas dificuldades.
Nós temos um pensamento de que, se conseguíssemos
juntar todas as forças, principalmente em benefício de estruturar as famílias,
respeitar os direitos humanos e todos os direitos das pessoas, nós
conseguiríamos fazer um bom trabalho lá. Muitas vezes, se deixássemos a questão
política um pouquinho de lado e trabalhássemos a questão do ser humano, a
questão da família, se cuidássemos um pouquinho para que uma menina de 13 anos
que nem sabe ainda o que é a vida não aparecesse grávida... Posso dizer isso
com a maior convicção, porque sou pai.
Então, quero lhe dizer que nós estamos juntos nesta
luta, somos parceiros de todas as lutas que vierem em benefício da população.
Para nós, sim, é importante que tenhamos posição, tenhamos foco. Há 14 anos
dirijo uma associação de moradores, para a senhora ter uma noção do que estou
falando, que tem o primeiro restaurante-escola da cidade de Porto Alegre,
servindo, em média, duzentas e poucas refeições a um real, sem ter um real de qualquer
Governo. Nenhum Governo bota um real lá! Nós queremos fazer parceria com a
senhora, com a Secretaria dos Direitos Humanos, com o Governo do Estado, com o
Governo do Município, com o Governo Federal, para que possamos construir. Há um
mês, o restaurante não está produzindo as refeições lá; na semana passada,
paramos com a sopa, que era gratuita. Cobramos R$ 1,00 para comprar a carne
porque corremos para poder adquirir os outros ingredientes para fazer a comida.
A maioria dos que vão lá é de idosos que vão lá, todo dia, ao meio-dia, com seu
realzinho na mão, e isso dói na gente. Nós temos curso de informática e
formamos mais de quatrocentas pessoas por ano a um custo mínimo para podermos pagar a luz. Nós temos uma
administradora comunitária que pinta apartamentos lá a R$ 25,00 por mês em 12
prestações, qualificando, orientando. Nós damos curso de pintura, pagamos 80%,
e quem paga é o morador. Não tem nenhum centavo de Governo nenhum! Nenhum
Governo deu uma lata de tinta sequer! Temos cento e poucos blocos pintados, e
eu convido para visitá-los. Lá temos uma das quatro rádios legalizadas da
cidade de Porto Alegre, Presidente, que não é usada politicamente em nenhum
momento - por ninguém, nem por este Vereador. Todos nós trabalhamos para a
comunidade lá.
Agora, eu gostaria que a senhora levasse este
recado. O Governo do Estado, o que passou e o que está, deu continuidade a um
posto de saúde para mais de três equipes de PSF, e era um bairro de 40 mil
pessoas que não tinha nenhuma! Nós estamos trabalhando! Sabem o que falta? Às
vezes, nem é dinheiro, nem é recurso. Às vezes, é um pouquinho de boa-vontade,
um pouquinho de vontade política, um pouquinho de entender que nós dois –
perdoe-me a minha forma popular de dizer –, a senhora e eu, juntos, podemos
ajudar um terceiro; e, se o terceiro nos ajudar e amanhã ele melhorar, ele vem
conosco, e nós vamos ajudar o quarto, e o quinto, e assim nós vamos
sucessivamente.
Imagine a senhora que eu estou há quase 30 anos
nesta vida. Cheguei a esta Casa com os votos comunitários, com o voto de quem
amassa barro, de quem está desempregado, sem condições. Este Vereador aqui tem
orgulho disso, e este Vereador é um cobrador de ônibus que muitas vezes esquece
até a questão partidária ou coisa parecida quando for para ajudar a população.
Essa é a minha obrigação, esse é o meu trabalho, e isso eu quero deixar bem
claro. Estarei sempre na luta a favor das comunidades, independentemente de
Governo.
Verª Maria Celeste, uma notícia ótima: junto à APS,
aos empresários do Porto Seco, junto aos conselheiros do Orçamento
Participativo da região, junto ao DEP, ao DMAE, ao CAR, junto às lideranças
comunitárias, hoje nós iniciamos uma obra conquistada por um GT do qual tenho
orgulho de ter feito parte e que ajudei a encaminhar: vamos enterrar 600 metros
de cano de esgoto na Vila Amazônia! Eu quero aqui, publicamente, agradecer a
todos que participaram, a todas aquelas lideranças comunitárias, ao DEP, do
nosso querido Ernesto Teixeira, ao agente comunitário que lá está, à Secretaria
de Governança, onde iniciamos este processo, a todos! Na semana passada, estive
aqui para fazer uma crítica; hoje, quero fazer um elogio, porque é merecido. E
estou aguardando sobre as nossas obras no bairro Rubem Berta. Bom, Verª Maria
Celeste, graças a Deus, são 600 metros de canos enterrados lá, são mais de
1.200 famílias que não vão mais ter água entrando nas suas casas. E esse é um
trabalho em conjunto, um trabalho que não visou à política partidária, mas que
visou à política humana. Por isso, meus parabéns à Secretaria dos Direitos
Humanos. Somos parceiros, estamos com o gabinete aberto, e para tudo que
tivermos de encaminhar juntos para melhorar a vida das pessoas e,
principalmente, das nossas crianças, nossos adolescentes, nossos idosos, contem
com este Vereador, nós estaremos juntos nesta luta.
Mais uma vez eu peço ao Governo do Estado: dê uma
olhadinha no Rubem Berta, que é uma cidade com mais de 40 mil pessoas, e ajudem
aquele restaurante lá de alguma forma! O Governo pode fechar convênios lá no
sentido de favorecer que coloquemos um prato de comida um pouquinho mais barato
na mesa das pessoas. Muito obrigado!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ADELI
SELL: Foi comentado aqui, na semana, sobre os episódios da Arena do Grêmio,
que uma comissão de Vereadores iria ao local para verificar, e alguém teria
feito um contato com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil. Quero
lembrar que os trabalhadores da obra da Arena do Grêmio não pertencem ao
Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, mas sim ao Siticepot -
Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Construção Pesada -, cujo
presidente é o Sr. Isabelino. A quem estiver no comando dessa questão eu já
posso passar o telefone desse Sindicato e fazer a mediação.
A SRA. MARIA
CELESTE: Só para comunicar ao Ver. Adeli, nós tivemos a reunião hoje pela manhã
e, de fato, fomos surpreendidos com o informe que o Ver. Adeli deu agora pelo
próprio Sindicato da Construção Civil do Estado do Rio Grande do Sul, que não é
o sindicato responsável pelos trabalhadores daquela obra, e nós, com certeza,
queremos o telefone para entrar em contato e queremos que o Ver. Adeli nos
ajude a fazer essa ponte, esse contato com o sindicato responsável por aquela
obra. Obrigada.
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Verª Lurdes da Lomba está com a palavra no
período temático de Comunicações.
A SRA. LURDES
DA LOMBA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, nossa
querida Tâmara e demais presentes, quero dizer que não tenho dúvida de que o
Estado está se empenhando no que está fazendo. Quero dizer também que essa
política, esse tema de Direitos Humanos é para todos. Eu ouvi falando em
deveres, mas será que todos se empenham nesses direitos? Será que nós não temos
um pouco de culpa por não cuidarmos daquele que está ao nosso lado ou o
excluímos? Nós, Paulinho, que moramos na comunidade, que lutamos dia e noite
por essa comunidade, nós sabemos quem realmente luta por esses direitos. Porque
é muito fácil vir aqui e dizer dos deveres. Eu me preocupo quando se fala em
deveres. Essas crianças e esses adolescentes têm direitos, principalmente
direitos familiares. Hoje a família está desestruturada. Vejo que, em Porto
Alegre, poucos avanços tivemos na educação infantil, e ainda temos que cobrar
uma ajuda de custo que se chama mensalidade para a sobrevivência das nossas
crianças na educação infantil. Isso é muito triste!
Sou presidente de uma associação, que é a Creche
Nossa Senhora de Aparecida. O convênio é pouco, e, para podermos ganhar um
pouco mais pelo convênio que paga o educador, que trabalha de oito a nove
horas, Resolução da Lei Municipal nº 003... e aqui eu tenho tão pouco tempo,
mas eu vou falar enquanto eu estiver nesta Casa. De oito a nove horas esse
educador, esse pai, essa mãe trabalha lá cuidando e educando aquelas crianças,
e a carga horária, querido Ver. Adeli Sell, poucos avanços teve no último
Governo. Porque eu vejo muito pouco empenho neste Governo na área da Educação,
e são os primeiros passos de vida que as nossas crianças terão para prepararmos
grandes homens e grandes mulheres para o futuro! Se o Governo Municipal diz que
defende a criança, está na hora, gente, de olharmos com mais carinho.
Ontem, Verª Maria Celeste, na parada 15, uma creche
comunitária ficou embaixo d’água, as crianças ficaram debaixo d’água, sem
alimento. Foi perdida toda a documentação da instituição. Eu entrei em contato
com o Governo, foram lá e disseram que havia só dois trabalhadores para a Lomba
do Pinheiro, e eles têm uma demanda de R$ 50 mil no Orçamento Participativo.
Isso me preocupa, gente! Então, vamos falar em direitos, e não deveres, porque
os deveres devem partir de cada um de nós. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ADELI
SELL: Meu caro Presidente, Ver. DJ Cassiá; minha cara colega Verª Maria
Celeste, sempre é bom a gente ter aqui alguns esclarecimentos sobre essa
questão gravíssima que acontece lá na Arena do Grêmio. Quero louvar a atitude
da Verª Maria Celeste, na presidência da Comissão de Defesa do Consumidor e
Direitos Humanos, de colocar isso na Pauta, porque, de fato, a situação é muita
grave, as condições de trabalho, a precariedade. Já passei o contato do
sindicato responsável pelos trabalhadores, o Siticepot, com o seu
Presidente, o Isabelino. Portanto, nós vamos tratar com carinho, porque nós
queremos aquele equipamento, sim, mas queremos que ele seja um equipamento
exemplar sob o ponto de vista do respeito aos direitos dos trabalhadores, bem
como do respeito à comunidade do entorno. Portanto, parabéns, minha colega
Maria Celeste.
Quero também aproveitar para dizer que nós
precisamos tratar de alguns temas da Cidade, porque nós aprovamos a Secretaria
Municipal dos Direitos Animais, e agora, nesta semana, dia 4, dia de São Francisco
de Assis, comemorarmos o Dia Mundial dos Animais e, aqui em Porto Alegre, o Dia
Municipal de Proteção Animal, uma Lei Municipal nossa. Hoje temos uma
preocupação muito grande com a situação dos animais que estão nas ruas da
Cidade. Verª Lurdes, na Lomba, como em qualquer outra vila, a Verª Maria
Celeste sabe, na Zona Norte, na Santa Rosa, o grande problema é o número
significativo de animais soltos. Animal solto, sem ser castrado, é um problema,
há proliferação vertiginosa desses animais, colocando em risco, inclusive, a
sua própria saúde e a saúde das pessoas no seu entorno. Portanto esse é um tema
que eu registro e quero sistematicamente estar cobrando ações da Secretaria
para que a gente possa ter uma cidade que seja digna dos seus seres humanos e
também dos seus animais.
Quero voltar a um tema que levantei durante a
semana e sobre o qual fico impressionado como a base do Governo não nos
responde. Talvez agora o Ver. Luciano Marcantônio e o Ver. Mauro Zacher, que
estão atentos a essa questão, possam nos dar algum retorno sobre o mobiliário
urbano em Porto Alegre. Não estão me convencendo, Ver. Luiz Braz, V. Exª, que
ponteou essa questão conosco lá na CCJ. Em março deste ano, V. Exª pediu a
reunião, referendei em seguida que era o mesmo desejo meu, e fizemos isso de
comum acordo, como fizemos com as bancas de revistas, como fizemos, Ver. Luiz
Braz, com as bancas de chaveiros. A Lei existe, foi sancionada, e nada de banca
de chaveiro ser liberada pela Prefeitura! Mas como é que a Prefeitura pode fazer
uma coisa contra a Lei? Eu pergunto: mas quem é a Prefeitura para decidir que
não libera as novas bancas, os novos modelos de bancas de chaveiro com a
publicidade? Essa publicidade imunda... Para não dizer um palavrão que já iria
dizer, mas não quero me igualar a alguns outros que às vezes usam alguns termos
que não condizem com a vida parlamentar, eu vou dizer que é uma imundície. Verª
Lurdes, a senhora acha justa a detonação das paradas pelas quais a senhora
passa todos os dias, na Av. Bento Gonçalves, com coisas coladas, como se isso
fosse publicidade, quando nós podemos ter uma publicidade de baixo custo num
equipamento, num mobiliário urbano?
Então, eu espero, Ver. Luciano Marcantônio - V.
Exª, que está sempre muito atento -, que Vossa Excelência, bem como o Ver.
Mauro Zacher, Líder do PDT, agissem nessa questão do mobiliário urbano, porque
eu e o Ver. Braz já cobramos sistematicamente essa questão aqui e eu quero
voltar a cobrar esse tema. Nós precisamos cuidar do embelezamento da Cidade.
Hoje ainda, uma pessoa disse que gostava muito da minha intervenção
político-partidária, da minha atividade parlamentar, porque eu vivia colocando
a minha preocupação com as praças, com o verde da Cidade e com o embelezamento
e o ajardinamento urbano.
Concluo, dizendo que eu falei para a SMAM que
existe poda preventiva. Não me ouviram. Na rua Marquês do Pombal...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. ADELI
SELL: ...Repito, então, DJ Cassiá, meu Presidente. Eu
disse que existe poda preventiva. É legal, é tecnicamente possível, a SMAM não
aprendeu isso ainda, ao longo dos anos. Na rua Marquês do Pombal, certa feita,
eu levantei que haveria uma tragédia, e por pouco não houve uma tragédia.
Vários carros foram amassados, várias pessoas levaram um baita susto, sendo que
essa questão poderia ter sido resolvida, e agora há um prejuízo para a
Prefeitura. Então, alô, SMAM, alô, 156. Poda preventiva, por favor! Vamos
resolver os problemas da Cidade! Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Srª Tâmara
Biolo Soares está com a palavra para suas considerações finais.
A SRA. TÂMARA BIOLO SOARES: Obrigada,
Presidente. Quero, rapidamente, agradecer as manifestações dos Vereadores e
dizer que o nosso gabinete da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos está
aberto para esse diálogo, que é importantíssimo. Quero deixar o abraço do
Secretário Fabiano Pereira e dizer, como gestora de políticas em direitos humanos
e também como militante dessa causa, que a atuação legislativa ainda é
fundamental para a efetivação dos direitos desses grupos vulneráveis de que
tratávamos anteriormente. Já há, sim, muitos direitos efetivados, e o que falta
são justamente políticas públicas para tirá-los do papel. Mas ainda é
preciso um olhar desta Casa, um olhar legislativo para, muitas vezes, práticas
que estão institucionalizadas e que são violatórias dos direitos humanos. Nós
tivemos, por exemplo, não faz muito tempo, uma audiência com um grupo de
proprietários de estabelecimentos da população LGBT que vêm nos trazendo uma
sistemática de que eles não conseguem alvarás porque existe uma lei que faz
exigências que essa população não consegue cumprir. Então, o Poder Legislativo
tem que estar em todas as esferas e também na esfera municipal atento a essas
práticas que, muitas vezes, são praticas da institucionalidade, mas que são
práticas violatórias.
Deixamos o abraço da Secretaria da Justiça e dos
Direitos Humanos e também as nossas portas abertas para dialogar com a Câmara
de Vereadores da nossa Capital, importantíssima, onde estão os nossos olhares e
o foco principal das nossas preocupações e das nossas políticas. Muito
obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Agradeço à Srª Tâmara por esta tarde especial, que
nos trouxe grandes informações.
Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h36min.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cássia – às 16h37min): Estão
reabertos os trabalhos.
O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
cidadãos e cidadãs presentes na Casa, o Prefeito Fortunati encaminha com
muita agilidade e responsabilidade. Está sendo coordenado pelo Gabinete de
Planejamento Estratégico da nossa Prefeitura, pela Secretária Izabel Matte;
está dentro do prazo, cumprindo todos os ritos necessários; o Projeto já está
elaborado pela Prefeitura. Sexta-feira, vão ser abertas as propostas da
modelagem econômica, e, com isso, a garantia da Prefeitura é de que, até o
final do ano, será feita a licitação para resolver esse tema, que é importante.
A Prefeitura teve serenidade e responsabilidade para enfrentar uma situação que
há muito e muito tempo estava sendo adiada. Então o nosso colega Ver. Adeli
Sell, que está acompanhando esse processo junto à Prefeitura, pode ter toda a
garantia de que a Prefeitura vai, sim, atender a mais essa demanda importante
da nossa Cidade. É muito importante que o Ver. Adeli Sell, que nós tanto
respeitamos, esteja sempre fiscalizando e dando as suas sugestões, suas
colaborações, fazendo sempre essa oposição construtiva e que é para o bem de
toda a nossa Cidade.
Aproveitando o tempo de Liderança, eu quero também
me manifestar sobre o assunto relativo ao impacto das obras da Arena na região
Humaitá-Farrapos. Ontem estivemos lá os membros da Comissão de Direitos
Humanos, nas comunidades ao redor da Arena, e dialogamos com as lideranças
daquela região. Naquela ocasião, detectamos que há necessidade de um diálogo
permanente entre as lideranças dos bairros Humaitá e Farrapos com a OAS, mas
também com o DNIT e também com outras construtoras, como a Galvão, que atuam em
grandes obras e que, com certeza, vão levar para a região um grande
desenvolvimento, mas esse desenvolvimento tem que ser medido e ser um
desenvolvimento com justiça social. Naquela ocasião, estavam os Vereadores
Alceu Brasinha, a Verª Maria Celeste - que foi quem propôs essa visita à
comunidade -, Sebastião Melo e Dr. Raul. Conversando ontem no bairro com a
comunidade, viu-se a necessidade desse diálogo, e foi então que fizemos contato
com o Diretor Regional da OAS, o Eduardo Pinto,
que, em 15 minutos, esteve lá, e ele se disponibilizou a, ao menos uma vez por
mês, reunir uma comissão de moradores eleita no Fórum Regional do Orçamento
Participativo da região - que é o fórum de maior representatividade e
legitimidade dos movimentos sociais -, em conjunto com a Prefeitura, em agenda
marcada pela Secretaria de Coordenação Política e Governança Local. Ou seja, a
iniciativa da Verª Maria Celeste contemplou muito as lideranças da região, que
sabem da importância desse diálogo. O mais importante e que deve ficar
registrado é que a OAS de pronto aceitou essa ideia, porque também sabe que
esse diálogo só contribui para que esse grande projeto, importante para todos
nós, que é a construção da Arena do Grêmio, beneficie os moradores das
comunidades de baixa renda da região dos bairros Farrapos e Humaitá.
Então, tenho certeza
de que o resultado dessa proposta da Verª Maria Celeste contribui bastante e
proporciona tranquilidade para aqueles moradores, porque a OAS sempre esteve
aberta ao diálogo e aceitou fazer essas reuniões ordinárias mensais,
articuladas pela Secretaria de Governança. Com isso, ganha toda a Porto Alegre.
Este é o conceito da gestão Fortunati: dialogar com a comunidade, com a
iniciativa privada, para garantir que a nossa Cidade cada vez cresça mais e
proporcione uma qualidade de vida melhor para todos os porto-alegrenses. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Verª Maria
Celeste está com a palavra no período temático de Comunicações, por cedência de
tempo da Verª Sofia Cavedon.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver.
DJ Cassiá; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
de fato, Ver. Luciano Marcantônio, nós temos, trabalhado, nos últimos 15 dias,
em torno da demanda da comunidade do bairro Humaitá, e quero registrar que já
havíamos agendado uma visita à região do bairro Humaitá, no entorno das obras
que ali se constituem, como a construção da Arena do Grêmio e a Rodovia do
Parque, com a comunidade, a partir
de uma iniciativa da Frente Parlamentar de Combate à Miséria, coordenada
pela Verª Sofia Cavedon, na semana passada, quando tivemos os relatos da
ausência e da ineficiência do serviço público daquela região, em detrimento da
construção daquelas obras.
Por que inicio com esse assunto? Porque tenho
ouvido algumas falas de que demagogicamente estamos agora tratando da questão
da Arena do Grêmio, o que não é verdade. Já havíamos inclusive agendado a
visita, porque, na semana passada, a ausência dos serviços necessários na
região e a ausência do DMLU, da SMOV, da FASC e da estrutura necessária de
creches, de educação e de saúde fizeram com que buscássemos construir um
projeto, uma política pública para aquela região. Por meio de relatos dos
líderes comunitários, tivemos informação dos problemas e do impacto que essas
obras estão causando para os moradores - inclusive de problemas de rachaduras
em algumas casas - e da preocupação daqueles líderes comunitários com o
tratamento que as empresas dão aos trabalhadores que ali estão.
Por conta de todo esse conjunto de denúncias,
agendamos a visita para terça-feira, e estivemos lá na segunda-feira, porque,
lamentavelmente ocorreu a morte do operário no domingo, devido a um alojamento
construído do lado oposto à freeway, a terceira maior avenida do País em limite de velocidade e movimento.
Só por esse motivo, já daria para os donos da empresa pensarem e refletirem em
não construir um alojamento do outro lado de uma avenida como essa. Lamentamos
profundamente também a falta da garantia dos direitos trabalhistas dos
trabalhadores que ali aportam; são 1.500 homens que vêm de fora do Estado do
Rio Grande do Sul. Naquele dia, com a articulação do Ver. Brasinha e do Ver.
Luciano, avançamos na interlocução com a empresa para que também a comunidade
pudesse ser ouvida pela empresa.
Essa obra já iniciou há
mais ou menos um ano e ainda não estabeleceu nenhuma negociação, nenhum diálogo
com a comunidade Navegantes-Humaitá, situação que é lamentável, mas conseguimos
avançar no sentido de criar uma comissão permanente de moradores para o
acompanhamento da obra junto com a empresa, especialmente
com a OAS.
Mas, Ver. Luciano,
lamentamos que, hoje, pela manhã, quando íamos referendar o acordo, fechar o
acordo da empresa com as lideranças comunitárias que estiveram na reunião
organizada pela Comissão dos Direitos Humanos e pela CUTHAB, presidida pelo
Ver. Pedro Ruas, nós não tivemos a presença da OAS. Não tivemos sua presença e,
portanto, voltamos à estaca zero no que diz respeito a essa questão do acordo
iniciado e da disposição que parecia a empresa ter naquele momento. Verificamos
que não há essa disposição. Então, já deixamos como encaminhamento: primeiro,
procurar imediatamente a Direção da OAS e verificar quais são as suas
intenções, se é apenas um pano de fundo para a criação dessa comissão. Nós não
vamos aceitar que a comunidade seja também desmerecida e enrolada neste
processo.
Segundo
encaminhamento que nós tiramos da reunião: nós vamos encaminhar os relatórios
das oitivas dos Vereadores que estiveram na visita, do Dr. Raul, que tem
acompanhado, da Verª Fernanda, e também os relatos dos trabalhadores; vamos
encaminhar ao Ministério Público do Trabalho e à Superintendência Regional do
Trabalho para que tomem as providências necessárias e também nos encaminhem
quais foram essas providências que certamente já devem ter tomado ao longo
desses dias.
Outro encaminhamento:
nós marcamos uma reunião, Ver. Luciano Marcantônio, e espero que o senhor nos
ajude, para o dia 13 de outubro, às 18h30min, lá na Associação de Moradores,
onde estarão presentes - e queremos que estejam - Secretarias do Governo Municipal:
Secretaria de Governança, FASC, DEMHAB, DMLU e também a CEEE, que tem grandes
problemas em relação à rede de alta tensão. Portanto, queremos a sua ajuda
nesse sentido, nesse aspecto.
O Sr. Luciano Marcantônio: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, além de parabenizá-la
pelo encaminhamento em relação a contribuir para que ocorra um diálogo
responsável entre as lideranças da região Farrapos-Humaitá e a OAS, gostaria de
dizer que também temos que buscar esse diálogo com o DNIT e com a construtora
Galvão. Eu só gostaria de ratificar que a Direção da OAS está comprometida com
essas reuniões ordinárias, articuladas pela Secretaria de Coordenação Política
e Governança Local, uma vez ao mês, com uma comissão de moradores retirada no
Fórum Regional do Orçamento Participativo. O fato de a OAS não ter vindo hoje
aqui não desfaz o compromisso do Diretor Regional da OAS, Eduardo Pinto, o que
pode inclusive ser ratificado numa audiência da Comissão de Direitos Humanos
que trate da questão do impacto das obras da Arena na região
Humaitá-Farrapos. Obrigado, Vereadora.
A SRA. MARIA
CELESTE: Obrigada, Ver. Luciano. Certamente nós vamos querer que haja esse
compromisso feito publicamente.
Por fim, fomos informados, na Comissão, de que o
sindicato pertinente a obras de grande impacto como essa é o Siticepot. Então
nós certamente vamos entrar em contato, para ver quais foram os encaminhamentos
feitos em decorrência de todas as queixas dos trabalhadores ali, para que
possamos chegar a um bom acordo. Muito obrigada, Sr. Presidente, por sua
tolerância.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Verª Lurdes da Lomba está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. LURDES
DA LOMBA: Boa tarde ao Presidente e aos demais Vereadores. Eu queria aproveitar
este momento para falar um pouco sobre a nossa política de Assistência Social,
sobre a nova lei do SUAS que foi aprovada aqui em Porto Alegre. Eu quero dizer
também aos senhores que houve um grande empenho do nosso Diretor da FASC. Quero
dizer que, como sou Conselheira da Lomba do Pinheiro, do Coras - Comissão
Regional de Assistência Social - e faço parte do CMAS, eu me abstive nessa
votação da nova implantação do SUAS de Porto Alegre.
Nós, numa política tão importante,
não queremos uma política para pobre, mas de direito. Porto Alegre, com essa
nova Lei, perdeu em todas as regiões, que são chamadas de núcleos. O Secretário
fala tanto em fortalecimento de vínculos! Por que as regiões de Porto Alegre,
Sr. Presidente... e eu tenho certeza de que já passou por esta Casa esse tema
da preocupação de alguns profissionais dessa área. Porque a Lei era para ter os
CREAS e os CRAS, e em várias regiões de Porto Alegre ou quase todas ficaram de
um a dois núcleos de atendimento, ou seja, CREAS e CRAS. E a maioria então
perdeu, porque, em vez de aumentarem esses núcleos, tiraram. Como é que fica
essa população nessa política de tanta importância, uma política que não é de assistencialismo, é de direito? E queremos
propor a este Governo, sim, que chega de essas famílias receberem o Bolsa
Família! Sem formação, sem qualificação, ou seja, projetos de geração de renda.
É muito bom e
bonito – adoro – quando eu vejo as pessoas falando, independentemente de ser
nesta tribuna ou onde for. Às vezes, a gente ouve falar tão bonito, que parece
que não temos miséria na nossa Porto Alegre, mas temos. Nós ouvimos muito falar
em Copa, e eu me preocupei muito com a largura que vai acontecer lá na Vila
Tronco. São 1.400 a 1.500 famílias, Ver. Adeli, Verª Maria Celeste, que, na
verdade, nem sabem para onde vão. Nós queremos que a Copa venha dar alegria aos
turistas, mas nós, em Porto Alegre, nós não podemos ficar tensos, nós não
podemos jogar esse povo que tem direito à moradia digna. Porque um Governo que
se diz responsável e de uma política de direito não pode jogar as famílias na
periferia como nós, na Lomba do Pinheiro, esta semana, que enfrentamos - e o
DEP deixou de ir lá -, o esgoto escorrendo dentro das casas - na parada 15,
Vereadores. E tenho fotos para registrar, porque eu já estou com os meus 52
anos, para não dizerem que eu estou mentindo. Então a gente tem muito que
fazer. Admiro esse Prefeito, o Fortunati, mas é muito bonito levar o Prefeito
aonde há obras que foram luta dessas regiões há anos.
Então, para
finalizar, Presidente, vamos tomar cuidado quando se fala em Copa 2014. Nós não
queremos ter um povo porto-alegrense triste, desesperado, sem moradia digna,
sem Saúde - que é outro tema muito grave, muito sério - e sem Educação.
Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, DJ
Cassiá; nós queremos ligeireza nas coisas que faltam e na
resolução dos problemas que há na Cidade.
Há muitos problemas
nas praças. Fiz uma solicitação várias vezes para a Praça Berta Starosta, no
bairro Rio Branco, ali no Viaduto Ildo Meneghetti. Gente, é uma tragédia! Está
tomada por moradores de rua, traficantes; é briga o tempo inteiro, é bagunça, é
lixo, são coisas inimagináveis! É preciso ter ação, uma ação mais coordenada,
articulada. A Secretaria Municipal da Saúde tem que conversar com a SMAM, com o
DMLU, e trabalhar conjuntamente, ter ações conjuntas.
Mas não é só lá. E a
Praça Garibaldi? Não tive um retorno efetivo, dizem que vão fazer isso, vão
fazer aquilo, mas quando vão arrumar o monumento a Garibaldi? Gente, foi feita
uma adoção da praça por uma empresa, que colocou algumas leivas de grama, mas
não fez nenhum ajardinamento, não tem uma flor na Praça Garibaldi, e a pessoa
bota uma placa imensa, propaganda para uma empresa da construção civil! Uma
que, por sinal, pelas informações que eu tenho, atropela muito algumas coisas
na Prefeitura. Estou de olho! Estou avisando! Usam uma praça maravilhosa para
botar uma placa, mas de cuidado, nada! Assim não dá!
Quando a gente quer
uma adoção, não consegue adotar, mas alguns conseguem adoção a qualquer hora do
dia ou da noite. Assim não tem jeito!
As coisas são lentas.
Tem uma pessoa botando uma empresa , no Cristal e estou indo lá na SPM agora -
estou saindo -, porque as coisas não caminham. É a Prefeitura do “ao, ao, ao”:
ao fulano, ao beltrano, ao não sei o quê... E não sai do lugar. Assim não dá!
Tem que mudar, tem que agir, tem que fazer as coisas mais rapidamente!
Então, eu estou aqui
para demandar, porque recebi o voto da população para resolver problemas.
Olhem a situação da
Rua Jacinto Gomes! Eu espero que a base do Governo, os três Vereadores do
Governo que estão aqui anotem: Rua Jacinto Gomes. Foi feita uma obra do DEP, e
deixaram a Jacinto Gomes intransitável. Intransitável! Malfeita, obra com problemas, não dá!
O DEP, quando vai à
Vila Elizabeth, como pedi na semana passada, tem que fazer uma obra completa,
não ir à Rua Minas Gerais e nas outras ali e fazer meia-boca; as coisas têm que
ser feitas de cabo a rabo, têm que ser bem feitas. Tem que fiscalizar as
empresas terceirizadas! É uma bagunça. Eu gostaria que a Prefeitura fizesse um
pente-fino nas empresas terceirizadas,
porque é uma tragédia. Entra uma cooperativa, não dá conta, entra uma empresa
terceirizada, e a gente vai ver que é o mesmo grupo.
Por sinal, o que tem
de “ONGatos” e “cooperativas gatos” neste País é um negócio impressionante -
desculpem falar mal, porque os gatos são bichos legais. Picaretas, mesmo!
Vou fazer essas
cobranças sistematicamente, porque é para o bem da comunidade, é para o bem da
Cidade.
Finalmente, quero
dizer que hoje tive um atendimento excelente no DMAE. Espero que todos sejam atendidos
como fui no DMAE, numa demanda legítima da comunidade. Portanto, a minha
saudação ao Diretor do DMAE. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Visivelmente
não há quórum.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu
queria que fosse consignada a minha presença, neste momento. Não estive na
abertura dos trabalhos, estou afônico. Por essa razão, estou aqui para
prestigiar os trabalhos muito bem dirigidos por Vossa Excelência.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Ver. Reginaldo
Pujol, está feito o registro da sua presença em plenário.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h1min.)
* * * * *